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Percepção da população sobre economia difere dos dados oficiais

Ou o governo não está sabendo “vender” seu peixe, ou as estatísticas oficiais estão de alguma forma dissociadas da realidade. A nova rodada da pesquisa Quaest realizada entre os dias 13 a 17 deste mês mostra uma percepção do país pelos eleitores bem diferentes dos números que aparecem nos dados oficiais sobre emprego, crescimento da renda e do PIB e inflação.

Segundo a pesquisa, 55% acham que está mais difícil conseguir um emprego hoje do que no ano passado contra 34% que consideram que está mais fácil. Nada menos do que 46% acham que a economia piorou nos últimos 12 meses, contra 22% que acham que melhorou e 57% acham que o Brasil está indo na direção errada e apenas 36% na direção certa.

Embora já tenha sido pior, ainda há 60% dos entrevistados apontando que o preço dos alimentos subiu no último mês e apenas 18% tem a percepção de que caíram os preços dos alimentos. Também há a percepção, essa verdadeira, de que o poder de compra dos brasileiros hoje é menor quando comparado há um ano. Nada menos do que 70% apontaram essa tendência de queda contra apenas 16% que consideram que é maior.

Tarifaço

Esse pessimismo aumentou com o tarifaço imposto pelo presidente americano Donald Trump contra os produtos brasileiros. Os brasileiros entendem que o tarifaço irá refletir no mercado interno levando a um aumento de preços aqui no Brasil quando na verdade, a tendência seria exatamente o contrário, sem mercado externo, os produtores tenderiam a vender os produtos aqui no mercado interno levando a uma queda de preços pelo aumento da oferta.

Ainda que71% dos entrevistados considerem que o americano está errado e que 51% vejam na medida a defesa de interesses políticos de Donald Trump, há 77% acreditam que as tarifas americanas vão prejudicar sua vida, levando a um aumento no preço dos alimentos no Brasil.

Pelo menos a pesquisa trouxe algo positivo para o governo. Quando perguntados que lado está certo nesse episódio, 48% apontaram que Lula está certo contra 28% que disseram ser Bolsonaro e seus aliados e 49% disseram que Lula está defendendo os interesses do Brasil e 41% que está aproveitando para se promover.

Esses dados são coerentes com os 69% que acham que o deputado Eduardo Bolsonaro (PL) está defendendo apenas os interesses dele e da família dele apenas 23% que está defendendo os interesses do Brasil.

Os números específicos trazem uma mostra do desafio do governo Lula para reverter o quadro embora venha melhorando pouco a pouco a cada mês. A desaprovação que já foi de 57% em maio está agora em 51% e a aprovação que no seu pior momento era de 40% agora é de 46%.

 

 


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