A polêmica em torno da instalação de carregadores de veículos elétricos em garagens fechadas de condomínios segue gerando debates enquanto não existe uma lei ou um regramento nacional sobre o tema.
Os condomínios que pretendem instalar esses sistemas de recarga sem que haja normas técnicas específicas correm sérios riscos de depois terem de arcar com grandes custos para fazer as adaptações necessárias.
Em Natal, centenas de condomínios antigos estão sendo obrigados pelo Corpo de Bombeiros a fazerem grandes investimentos em suas edificações para cumprirem exigências legais de prevenção de incêndios que não existiam quando esses edifícios foram construídos, o que tem gerado pesadas taxas extras e, em muitos casos, multas aplicadas pelos Bombeiros aos que não cumpriram as exigências apresentadas.
No caso das recargas de veículos elétricos, enquanto alguns Conselhos de Engenharia, como o de Sergipe, tem emitido Notas Técnicas desaconselhando a instalação desses equipamentos em espaços fechados ou mesmo em garagens sob pilotis de condomínios residenciais e comerciais, o do Rio Grande do Norte, que é presidido um engenheiro eletricista, emitiu uma Nota Técnica em que focou especialmente na reserva de mercado para esse tipo de profissional enfatizando a questão da obrigatoriedade de ter um projeto técnico assinado por um profissional habilitado e sem grandes análises sobre a segurança para o edifício.
São Paulo
Em São Paulo, que acaba sendo referência para o Brasil, a novidade é que, após um ano e três meses de discussões, a norma para recarga de veículos elétricos está prestes a ser anunciada segundo a Associação Brasileira de Veículo Elétrico em consenso com o Corpo de Bombeiros e o Governo do Estado.
Claro com algumas exigências como a instalação de chuveiros automáticos (conhecidos como "sprinklers") em prédios novos, além de sistemas de detecção de fumaça e de exaustão. Para as construções antigas, haverá um pacote de regras adequado a diferentes estruturas.
Pela norma a ser proposta, será possível que o Corpo de Bombeiros impeça a instalação de carregadores caso considere que o local não oferece os atributos necessários. Entretanto, as exigências colocadas em discussão no início de 2024 estão sendo revistas.
Na época, a corporação já tinha previsto a instalação de ventiladores para renovação de ar, sensores de calor e os splinkers nos estacionamentos fechados que tenham plugues para carros elétricos.
Mas sugestões que limitavam o espaço nas garagens desagradaram tanto às fabricantes de veículos eletrificados como às associações do setor de construção civil.
Um dos modelos de mitigação de riscos sugerido determinava um espaço livre de cinco metros entre uma vaga e outra ou a construção de paredes corta-fogo, formando baias para recarga. Essas ideias não serão adotadas, segundo a ABVE.
A associação procurou os bombeiros e propôs um trabalho em conjunto, que incluiu simulações e cursos feitos no Brasil, nos EUA, na China e na Alemanha. A principal preocupação era como apagar o fogo, devido às características dos componentes das baterias.