Como já era esperado a melhora na avaliação do governo apontada na nova rodada da pesquisa Quaest reflete também uma melhora no panorama eleitoral para o presidente Lula no próximo ano. Ainda que falte um ano ainda para as eleições e o cenário siga indefinido sobre o ou os adversários que enfrentaram o petista nas urnas, o levantamento da Quaest mostra que o presidente Lula mantém a liderança em todos os cenários de primeiro e segundo turnos. Nas oito simulações testadas, Lula varia entre 35% e 43% das intenções de voto. Entre os nomes da oposição num primeiro turno, o melhor desempenho é o do ex-presidente Jair Bolsonaro, que, caso revertesse sua inelegibilidade, alcançaria 26%. Em seguida, aparecem Michelle Bolsonaro, com 21%, e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, com 18%.
Nos cenários de segundo turno, o presidente também mantém vantagem sobre todos os adversários testados. Lula varia de 41% a 47% das intenções de voto, enquanto Ciro Gomes, embora não deva disputar a sucessão presidencial, aparece como o nome mais competitivo da oposição, com 32%, perdendo por uma diferença de 9 pontos percentuais.
Em um confronto com Jair Bolsonaro, Lula venceria por 46% a 36%, ampliando a diferença que, em maio, era de empate técnico. Contra Michelle Bolsonaro, Lula teria 46%, e ela 34%. Já Tarcísio aparece com 33%, perdendo por 12 pontos percentuais, uma diferença que cresceu em relação ao levantamento anterior.
Caminho ainda aberto para oposição
Um fato chama a atenção é que qualquer que seja o candidato da oposição fica sempre na casa dos 30%, o que possivelmente mostra o voto do eleitor que rejeita Lula e o PT e, portanto, estaria disposto a votar em qualquer um contra o petista.
No embate com Ratinho Jr, Lula mantém 44%, enquanto o paranaense cai de 34% para 31%. Com o governador mineiro Romeu Zema, o atual presidente oscila positivamente, passando de 45% para 47%, enquanto Zema permanece em 32%. No confronto com Ronaldo Caiado, o cenário segue estável: Lula com 46% e o goiano com 31%.
Esse dado, somado ao desconhecimento da maioria dos pré-candidatos da direita, a exceção dos Bolsonaros, mostra que ainda há um caminho aberto até as eleições. Lula mantém índices equilibrados entre quem votaria e quem não votaria nele. Já a família Bolsonaro registra rejeição acima de 60%, e os governadores de direita enfrentam um nível de desconhecimento elevado, pelo menos um terço dos eleitores ainda não os conhecem bem.
Outro dado que aparece na pesquisa e pode corroborar esse caminho é que 56% dos entrevistados disseram achar que Lula não deveria disputar a reeleição. Entre os eleitores que o instituto classifica como independentes esse índice chega a 66%. Enquanto isso 76% acham que Bolsonaro deve abrir de uma eventual candidatura e apoiar outro candidato. Entre os independentes chega a 79% os que responderam dessa maneira.
A pesquisa Genial/Quaest ouviu 2004 pessoas entre os dias 2 e 5 de outubro. A margem de erro máxima é de 2 pontos percentuais. O levantamento foi encomendado pela Genial Investimentos.