Em política um ano é uma eternidade, mas nova rodada da pesquisa Quaest mostra que a desaprovação crescente do governo Lula começa a afetar sua posição no cenário eleitoral. De acordo com o levantamento, Lula está em empate com o governador de São Paulo Tarcisio de Freitas com 41% a 40%. Há apenas seis meses, Lula tinha 26 pontos de vantagem nesse mesmo cenário.
Num cenário com Michele Bolsonaro também aponta empate técnico com 43% a 39%. Mesmo em outros cenários menos prováveis, o presidente vem perdendo espaço para os eventuais candidatos que podem ser apoiados pelo bolsonarismo: 40% a 38% contra Ratinho Junior ou 42% a 33% contra Romeu Zema, de Minas Gerais, ou 43 a 33% contra Ronaldo Caiado. Embora esteja inelegível hoje, o ex-presidente Bolsonaro aparece empatado em 41% a 41%.
O que esses cenários apontam é uma queda do candidato petista e uma subida da oposição, qualquer que seja o candidato. À medida que os eleitores conhecem mais os nomes da oposição, sua competitividade cresce. O que aponta para uma eleição bastante apertada. Ao menos na situação de hoje.
Segundo análise de Thomas Trauman, ex-ministro de Comunicação do governo federal, e do sociólogo Felipe Nunes, da Quaest, há uma rejeição consolidada dos dois pólos da política hoje. “O simples fato de ser “anti-Lula” garante a um candidato um potencial de 40%. O “anti-Bolsonaro” parte de 45%. O medo de que “o outro lado vença” força muitos eleitores a votarem por rejeição”.
Essa fadiga se reflete em outro dado do levantamento: 65% dos entrevistados acreditam que Bolsonaro deveria desistir de uma eventual candidatura e apoiar outro nome. Já 66% acham que Lula não deveria ser candidato a reeleição.
Resta saber se haveria espaço para uma terceira via com essa rejeição consolidada entre os dois pólos.