terezinha maia.jfif

Tomógrafos quebrados e devolução de recursos viram material para campanha

A quebra pela terceira vez em dois meses dos dois tomógrafos do Walfredo Gurgel deu o mote que a oposição precisa para criticar o governo do Estado e aponta um mote de campanha para o próximo ano. Mas pior do que isso é que, conforme denúncia feita pelo deputado Benes Leocádio (União), o Rio Grande do Norte perdeu um emenda de R$ 6 milhões, destinada justamente à compra de três tomógrafos. Os equipamentos seriam instalados nos hospitais de Assu, Parnamirim e no Santa Catarina em Natal.

Esta semana, a deputada estadual Terezinha Maia (PL) usou a tribuna da Assembleia para relembrar a denúncia feita pelo deputado federal Benes Leocádio. “Vivemos um verdadeiro caos na saúde, e ouvir que um recurso importante para a compra de um tomógrafo foi perdido por falta de zelo com o dinheiro público é um absurdo”, declarou.

 Terezinha alertou o Governo do Estado para a necessidade de maior responsabilidade na aplicação das verbas públicas, especialmente as provenientes de emendas parlamentares. “É preciso cuidado, atenção e compromisso com os recursos que chegam, para que cumpram o propósito de salvar vidas e melhorar os serviços oferecidos à população”, enfatizou.

Segundo relatório da Secretaria Estadual de Saúde (Sesap), o tomógrafo principal do Walfredo foi fabricado em 2010 e já é considerado obsoleto pelo fabricante desde o ano passado. O segundo equipamento, de 2015, também está fora de operação. A secretaria diz que está em processo de licitação para compra de um novo aparelho e avalia o aluguel emergencial de outro.

A crise reacende a história que começou em 2021quando o Rio Grande do Norte perdeu uma emenda parlamentar de R$ 6 milhões. Segundo a explicação da secretaria de Saúde, os técnicos da pasta haviam alertado que os hospitais de Assu e Deoclécio Marques não atenderem os critérios do Ministério da Saúde para destinação de tomógrafo com verba federal. Mesmo assim, a emenda foi encaminhada, a partir do que os técnicos montaram a proposta, que foi recusada pelo Ministério.

A Sesap alega ainda que tentou refazer a proposta, mantendo um tomógrafo para o Santa Catarina e utilizando o restante dos recursos para diversos outros equipamentos (ultrassom, endoscopia, raio-x, monitores, etc) para Assu e para os hospitais Maria Alice Fernandes e Giselda Trigueiro, além do próprio Santa Catarina, mas sequer obteve retorno por parte do ministério sobre a nova proposta e a emenda teve que ser devolvida no fim de 2021.

Na época, o deputado Benes Leocádio, então coordenador da bancada potiguar, denunciou o caso e classificou a devolução como “uma perda injustificável para o sistema público de saúde”.

 


Notícias relacionadas

Mais lidas

Perfil

Foto de perfil de Heverton Freitas

Heverton de Freitas