Como repórter cobri várias visitas de presidentes da República ao RN. Desde Sarney em Mossoró, até FHC em Jucurutu. Lula I já acompanhei como assessor da Prefeitura, o mesmo até Dilma. O que havia em comum até então era que havia viagens oficiais que eram administrativas, e as viagens eleitorais como no famoso comício que Lula foi fazer na Zona Norte em 2008 pedindo votos para Fátima ser prefeita e acabou sendo um tiro no pé e ajudando Micarla a se eleger no primeiro turno.
Nas viagens oficiais eram convidados o governador, a bancada federal inteira, prefeito da cidade, deputados estaduais, vereadores também iam, empresários, etc.
Desde Bolsonaro, com a radicalização política, a coisa mudou. O ex-presidente veio algumas vezes ao RN no exercício do cargo e nada de convidar a governadora Fátima. Também não daria certo. Algumas vezes que assisti a essas visitas como a vez em que veio inaugurar uma estação de trem urbano em Parnamirm que até hoje não serve para nada, o que se viu era uma catarse de eleitores que viam no “mito” uma espécie de salvador da Pátria. Ele ajudava e vinha fazer motociatas, chegava a cavalo, relinchando, ele e o cavalo, com um séquito de eleitores fazendo campanha para a sua tentativa de reeleição.
Esse modus operandi continua com o governo Lula. Agora com o polo invertido.
No próximo dia 19, o presidente vem oficialmente a Jucurutu (cidade tão pequena, mas rica em receber presidentes da República) para inaugurar a tão sonhada barragem de Oiticica.
Na prática, a visita é o ponta pé inicial da campanha a governador do secretário Cadu Xavier que já tem fotos com o presidente e a governadora Fátima Bezerra que será candidata a senadora na chapa.
Basta olhar as redes sociais da governadora simulando uma ligação aos deputados Mineiro e Natália Bonavides confirmando a vinda de Lula ou agora a postagem dela de mãos dadas com o presidente e Cadu Xavier.
Alguém acha que cabe a presença de algum político de oposição num evento desses? A não ser que queira ser hostilizado é melhor não chegar perto.