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Procura-se candidato a governador

Sem um nome “natural” para disputar a sucessão da governadora Fátima Bezerra (PT) depois que o vice-governador Walter Alves vem acenando com a possibilidade de não ser candidato a nada no ano que vem, a base governista na Assembleia procura um nome que aceite essa missão. E o nome da vez é do secretário de Fazenda, Cadu Xavier.

Dentro do PT, o nome mais forte seria o da deputada Natália Bonavides, que teve um desempenho acima do esperado na eleição em Natal no ano passado. Ela, no entanto, é vista pelo partido a nível nacional como um nome indispensável no Congresso. Nas expectativas do PT, Natália tem condições de ser novamente a mais votada do RN e puxar votos para que a legenda consiga eleger três representantes, ainda mais se a nominata contar com os nomes do deputado Fernando Mineiro, do o ex-senador e ex-presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, além do ex-prefeito de Currais Novos, Odon Junior.

A sucessão natural, depois do vice-governador, seria o presidente da Assembleia, Ezequiel Ferreira (PSDB), mas ele tem admitido em conversas com colegas deputados que seu projeto será tentar uma vaga na Câmara Federal no próximo ano.

Com isso, o grupo governista corre o risco de ver no próximo ano se repetir o que aconteceu em 2022, quando a oposição a Fátima chegou às vésperas das convenções sem ter um candidato a governador, obrigando a improvisar com o ex-deputado Fábio Dantas, que cumpriu seu papel de facilitar o caminho para que Rogério Marinho chegar ao Senado.  

Algumas fórmulas mágicas têm sido pensadas pelo grupo governistas. Elas passam desde convencer outro deputado da base a servir de bucha de canhão, arriscando uma eleição tranqüila para a Assembleia para se aventurar na disputa do Governo, até convencer um adversário a mudar de lado, já que na oposição há uma “inflação” de candidatos, ou buscar um nome “novo” com perfil técnico, sempre pensado nessas horas difíceis.

Na hipótese de atrair alguém da oposição, a aposta é no prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra, que se reelegeu com nada menos do que 78% dos votos válidos. Ele é do União Brasil, e nome preferido do ex-senador José Agripino para disputar o governo, mas enfrenta forte resistência do senador Rogério Marinho (PL), que também trabalha para se viabilizar como candidato a governador. O grupo ainda tem o ex-prefeito Álvaro Dias (Republicanos) que sonha com o governo, embora não descarte outra composição a depender dos acontecimentos.

Allyson é visto dentro do PT como um nome viável se trocar o União Brasil pelo PSD da senadora Zenaide Maia que formaria como companheira de chapa de Fátima Bezerra na disputa pelo Senado. As portas estão abertas para ele que passaria a contar com um grupo político forte para encarar a disputa.

Mas, caso essa engenharia não dê certo, a saída seria por um técnico. O nome que está sendo testado é o do secretário Cadu Xavier. Desde o mandato anterior, quando era o responsável pela pasta da Tributação, ele tem sido atuado também como porta voz na defesa do governo em vários aspectos. Até mesmo na área da Saúde, ele se projetou como porta-voz nas ações relacionadas à Covid durante a pandemia.

Técnico, sem nenhuma visibilidade política, Cadu surge no cenário como Joana Guerra surgiu na tentativa do ex-prefeito Álvaro Dias fazer um sucessor diretamente ligado a ele em 2024.

Cadu nos últimos dias esteve reunido com o vice-governador Walter Alves e também manteve conversas com aliados da deputada estadual Isolda Dantas. Os encontros, devidamente registrados e bastante divulgados, indicam um movimento estratégico para consolidar apoios dentro da base governista.

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