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Prefeitura tenta novamente Onda Verde nos semáforos de Natal

A prometida "onda verde" de Natal ressurge com a aprovação de um projeto da Prefeitura de Natal no valor de cerca de R$ 32 milhões no Novo PAC Seleções. Esta não é a primeira vez que o tema entra na pauta da Prefeitura, a esperança agora é que com os recursos assegurados pelo PAC o investimento de fato aconteça. O Novo PAC Seleções 2025 autorizou financiamento para 29 propostas de obras de mobilidade urbana em mais de 20 estados e municípios, no valor total de R$ 6,05 bilhões. São operações voltadas para grandes e médias cidades brasileiras para reduzir o tempo de viagem e emissão de poluentes.

A ideia de modernizar o sistema semafórico da cidade não é nova. Em 2017, a então secretária Elequicina Maria dos Santos e a empresa Serttel abriram discussões sobre o uso de tecnologias como o Google Maps para aperfeiçoar o fluxo de trânsito. Até hoje, porém, continuamos com a onda vermelha nos semáforos de Natal travando o trânsito e aumentando o tempo das viagens no transporte público. O projeto atual se mostra mais robusto e detalhado, com foco em uma contratação pública de uma empresa especializada.

A escolha por uma empresa externa, em vez de uma equipe interna da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (STTU) ou uma Parceria Público-Privada (PPP), foi justificada em um estudo técnico preliminar. O documento aponta que o desenvolvimento interno demandaria um tempo prolongado e um alto investimento em equipe, infraestrutura e softwares, além do risco de perda de conhecimento em caso de saída de técnicos. Já as PPPs foram descartadas por envolverem contratos complexos, de longo prazo e com riscos de custos adicionais ou serviços de baixa qualidade.

A contratação de uma empresa especializada foi, portanto, vista como a solução mais "vantajosa e eficiente" por trazer agilidade, expertise e transparência ao processo. No entanto, o próprio estudo aponta um desafio: a STTU pode se tornar dependente da tecnologia da empresa contratada, o que dificultaria o desenvolvimento de expertise interna para resolver problemas futuros de forma independente. O projeto prevê a capacitação dos servidores, mas a gestão eficiente da central de controle e a manutenção constante do parque tecnológico serão cruciais para evitar que o ciclo de promessas não cumpridas se repita.

As promessas do projeto

Os documentos anexados ao Novo PAC detalham as metas do projeto. A proposta técnica é substituir controladores antigos por semáforos inteligentes e adaptativos capazes de detectar a aproximação de ônibus e liberar o tráfego. Prevê a instalação de 138 novos controladores e 483 pontos de coleta de dados por videodetecção, além da criação de uma Central de Inteligência Semafórica.

O projeto funcional estima uma redução de até 20% no tempo de viagem dos ônibus e um aumento de até 15% na velocidade comercial da frota. A modernização também é vista como um instrumento para reduzir congestionamentos e melhorar a qualidade do ar, valorizando o transporte público e tornando a cidade mais acessível a pedestres e ciclistas.

A promessa é de que, desta vez, a "onda verde" se torne realidade, mas a efetividade da solução dependerá diretamente da capacidade de gestão e fiscalização da própria STTU.

Outras capitais já avançaram com semáforos inteligentes

A proposta da Prefeitura do Natal de implantar uma rede semafórica inteligente segue um caminho já experimentado por outras capitais brasileiras. Em São Paulo, a prefeitura iniciou em 2023 a substituição de controladores em mais de 2,5 mil cruzamentos, com parte da rede já operando de forma adaptativa para reduzir congestionamentos. Em Aracaju, um investimento de cerca de R$ 25 milhões permitiu a instalação de semáforos inteligentes em 150 cruzamentos, priorizando o transporte coletivo.

Na região Norte, Manaus modernizou 60 cruzamentos desde o fim de 2023, com equipamentos capazes de dar prioridade a ônibus e veículos de emergência. Já em Vitória, desde 2024, os sinais passaram a contar com inteligência artificial para ajustar o tempo de verde conforme o fluxo de veículos. Fortaleza também opera um sistema de controle adaptativo, o SCOOT, que sincroniza os semáforos em tempo real.

 


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