Como já se especulava desde o início da semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevou a Selic em 0,50 ponto percentual nesta quarta-feira (7), levando a Selic a 14,75% ao ano.
A decisão foi unânime e o Lula não vai mais poder reclamar do Campos Neto.
Este é o maior patamar da taxa básica de juros para a economia brasileira em quase 20 anos. A última vez em que a Selic esteve neste patamar foi em julho de 2006.
Além da situação interna do país, a guerra comercial deflagrada pelo presidente Donald Trump, com as incertezas que ele tem injetado na economia mundial também pesaram na decisão do BC.
“A política comercial alimenta incertezas sobre a economia global, notadamente acerca da magnitude da desaceleração econômica e sobre o efeito heterogêneo no cenário inflacionário entre os países, com repercussões relevantes sobre a condução da política monetária”.
O BC ainda avaliou que o cenário segue sendo marcado por expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho.
Lá como cá
Nos Estados Unidos, as incertezas impostas por Trump também foram apontadas como um dos motivos pelos quais o Federal Reserve (Fed), o Banco Central deles, decidiu nesta quarta feira manter os juros entre 4,25% e 4,5%, segundo decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto.
A diretriz da política econômica de Trump já foi citada pelo Fed como um dos desafios no trabalho da autoridade monetária em perseguir os seus objetivos de gerar emprego e controlar a inflação.
Em resposta, o republicano elevou o tom ao admitir que poderia pedir a demissão do presidente do Fed, Jerome Powell, aumentando ainda mais a volatilidade dos mercados, que já estavam bastante inquietos por causa da disputa comercial com a China.