A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, anunciou em entrevista à agência Eixos que a estatal vai revisar seu Plano de Negócios 2025-2029, ajustando as projeções ao preço do barril de petróleo em torno de US$ 65, abaixo dos US$ 83 considerados anteriormente. Segundo ela, projetos “caros e grandes demais” estão sendo reavaliados para ganhar eficiência.
Embora a mudança tenha impacto nacional, no Rio Grande do Norte não há grandes novidades. O estado continua em compasso de espera: a Bacia Potiguar permanece no portfólio exploratório da Petrobras, com descobertas notificadas e previsão de perfuração de novos poços na Margem Equatorial, mas sem grandes investimentos anunciados no curto prazo.
Eólica e solar ficam em segundo plano
O plano estratégico da Petrobras prevê US$ 111 bilhões em investimentos até 2029, dos quais US$ 16,3 bilhões serão destinados à transição energética e a projetos de baixo carbono. Apesar do aumento em relação ao ciclo anterior, os recursos para energia eólica e solar foram reduzidos — de US$ 5,2 bilhões para US$ 4,3 bilhões. A estatal tem priorizado biocombustíveis, gás natural, captura de carbono e hidrogênio em detrimento da expansão em eólica e solar onshore, mesmo em estados como o RN, que lidera a geração de energia eólica no país e tem grande potencial em energia solar.
Hidrogênio renovável no Vale do Açu será o destaque
A novidade concreta para o Rio Grande do Norte está no campo do hidrogênio renovável. A Petrobras vai instalar no Vale do Açu seu primeiro projeto-piloto para produção do chamado hidrogênio verde, com investimento estimado em R$ 90 milhões e início das operações previsto até 2026. O projeto utilizará energia solar para alimentar o processo de eletrólise da água, colocando o RN em posição estratégica na agenda da transição energética.
Com a revisão do plano, a Petrobras reforça a prioridade no pré-sal e em ativos de maior retorno, enquanto os investimentos no RN seguem restritos ao hidrogênio renovável e à expectativa de avanço na Bacia Potiguar. Para um estado que se consolidou como líder em energia limpa, a ausência de anúncios em eólica e solar mostra que a Petrobras ainda caminha com cautela no aproveitamento do potencial potiguar.