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Governo aposta em crédito consignado privado para reverter impopularidade

O setor de crédito passará por uma grande mudança a partir de amanhã quando deve ser publicada a Medida Provisória que definirá as regras para o crédito consignado privado no Brasil.  A previsão é de que a nova dinâmica abrirá portas para cerca de 45 milhões de potenciais clientes, atraindo novos players para atender esse mercado, incluindo fintechs e pequenos operadores. 

“Para se ter ideia, da forma como está hoje, o consignado privado tem uma carteira de crédito de apenas R$ 40 bilhões atualmente, enquanto no consignado voltado aos beneficiários do INSS e aos servidores públicos o montante está em cerca de R$ 500 bilhões. Isso demonstra o quanto o mercado vai se expandir, tendo em vista o enorme potencial e o novo ambiente mais dinâmico e regulado”, avalia Fábio Torelli, CEO e fundador da OneBlinc, fintech de análise de crédito fundada por brasileiros nos Estados Unidos.

Uma das grandes mudanças dessa nova regulamentação é que o vínculo de um banco com o empregador não será mais necessário, tornando o mercado verdadeiramente livre. Antes, apenas grandes empresas com convênios firmados podiam oferecer essa modalidade aos seus colaboradores. Agora, todo trabalhador com carteira assinada poderá ter acesso ao crédito consignado, independentemente do porte da empresa onde está empregado, seja micro, pequena, média ou grande.

Para aumentar a segurança da operação de forma a possibilitar empréstimos com juros menores, o novo consignado privado poderá ter até 10% do FGTS e 100% da multa rescisória como garantia. A certeza sobre estas garantias, porém, o mercado só terá quando a medida provisória for divulgada. Mesmo que se confirme, deve-se considerar que em um primeiro momento, a alteração da regra vai aumentar os riscos do mercado e exigirá que as instituições financeiras estejam atentas à saúde financeira do empregador. 

A medida elimina a necessidade de convênios individuais entre bancos e empregadores. Dados como folha de pagamento e vínculos trabalhistas serão acessados via eSocial para análise de risco e, junto com a proposta de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, é uma das apostas do governo Lula para reverter a impopularidade do presidente. 


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