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Padre Santo do Assú é reconhecido como Venerável pelo Vaticano

O Vaticano divulgou hoje que foram reconhecidas as virtudes heróicas do padre José Antônio Maria Ibiapina, nascido no Ceará mas que andou pelo sertão nordestino no final do século XIX pregando e construindo casas de caridade para atender pessoas pobres do Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. O padre Ibiapina se torna venerável, um passo para a canonização e depois beatificação.

Segundo um trabalho publicado por Gilson Lopes da Silva, mestre e doutor em Educação na UFRN, o Padre Ibiapina chegou no Rio Grande do Norte em 1860. Além da Casa de Caridade de Santa Luzia de Mossoró, erigiu mais duas instituições em Açu e Acari. Da Casa de Caridade de Santa Fé, em Solânea (PB) o missionário acompanhava as outras instituições comunicando-se por cartas com as superioras das demais Casas. Durante seu itinerário de peregrinação foram construídas vinte e duas instituições de acolhida e formação feminina nas províncias do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco.

Veja o que diz o texto de Gilson Lopes da Silva:

“A primeira visita do padre a cidade de Assú ocorreu em 1862. Convicto de que o povo do município, temente a Deus, necessitava de seus préstimos fundou a Casa das Irmãs da Caridade atendendo a 30 crianças órfãs, orientadas pelas irmãs religiosas. A casa foi mantida inicialmente pela confraria do glorioso São João Batista.

A Congregação das Irmãs da Caridade dava instrução às moças pobres e tratava dos doentes desvalidos. Quando as acolhidas atingiam a idade de casar, o Procurador escolhia um rapaz honesto, bom, cristão e trabalhador. Feita a escolha, os jovens eram conduzidos à sala na presença do Procurador e da Superiora da instituição e se os dois se agradassem o casamento era realizado por conta da casa. No período em que estavam na casa de caridade, as jovens recebiam ensinamentos de flores, labirintos e bordados. Esse modelo de educação tinha a preocupação de prepará-las para desempenhar funções próprias do lar, adquirindo habilidades características ao modelo de mulher, esposa e mãe.

Até o fim da década de 1940, além dessa instituição socioeducativa funcionavam na cidade algumas escolas isoladas e rudimentares, o Grupo Escolar Tenente Coronel José Correia, construído em 1911, e o Educandário Nossa Senhora das Vitórias, instituição inaugurada em 1927, destinada à educação literária, cívica e doméstica das moças de elite da região e dirigida pelas Irmãs Religiosas da Congregação das Filhas do Amor Divino.

Contudo, diversos registros do Livro de Tombo da Paróquia de São João Batista de Assú demonstram um processo de decadência na manutenção e funcionamento da Casa de Caridade. D. Antônio dos Santos Cabral e uma comitiva de sacerdotes realizaram uma visita pastoral a cidade do Assú entre os dias 15 e 23 de julho de 1920. O registro feito pelo Padre Joaquim Honório da Silveira cita uma visita realizada na antiga Casa de Caridade, notificando que a casa foi encontrada em lamentável estado de desasseio e desorganização.

A instituição continuou funcionando precariamente até o ano de 1948. Nesse ano, foi fundado no dia 10 de outubro, no mesmo espaço, o Instituto Padre Ibiapina, com a finalidade de amparar os menores pobres e abandonados. Recebeu essa denominação com o propósito de dar continuidade aos ideias de promoção social empreendidos pelo Padre Ibiapina. A direção interna do Instituto foi confiada primeiramente às religiosas Filhas do Amor Divino, que ficaram na direção da casa até o ano de 1953. A partir de 1954, a direção passou ao Padre Hélio Alves e a paróquia”.

 


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