O Brasil tem condições de obter grandes vantagens comerciais no mundo com o comércio de créditos de carbono e esse potencial aumenta na medida em que as mudanças climáticas vão fazendo seus estragos com os fenômenos extremos registrados com cada vez mais freqüência.
Um passo importante foi dado agora com o primeiro leilão do país de floresta desmatada.
A empresa Systemica, que desenvolve projetos de carbono e que tem como sócio o banco BTG Pactual, foi a vencedora do leilão promovido pelo governo do Pará, Estado que sedia a COP 30 este ano. O governo concedeu a Unidade de Recuperação Triunfo do Xingu (URTX) para reflorestamento e a Systemica deverá restaurar uma área de 10,3 mil hectares por um período de 40 anos.
O projeto prevê que a empresa terá de investir R$ 258 milhões e, em troca, poderá vender os créditos de carbono gerados no território. A estimativa do governo é que a receita total chegue a R$ 949,5 milhões, com o sequestro de 3,7 milhões de toneladas de carbono e a geração de dois mil empregos. Desse valor, as comunidades locais deverão receber R$ 40 milhões.
Esse será o maior projeto de reflorestamento de floresta nativa plantada. Por ora, o maior projeto da empresa é um desenvolvido em Parauapebas (PA) com 400 hectares, o equivalente a 3,9% da área arrematada agora.
Segundo o jornal O Estado de S Paulo, além desses 10,3 mil hectares, o governo do Pará pretende conceder mais 30 mil hectares para a iniciativa privada reflorestar em dois leilões. O governo federal também planeja fazer certames semelhantes para cerca de 500 mil hectares. Calcula-se que haja cerca de um milhão de hectares no Pará com potencial para ser concedido e 2,7 milhões de hectares em toda a Amazônia.