Continua aberto o balcão de bondades do governo tentando agradar a classe média e reverter a queda dos índices de impopularidade. Ontem, o presidente Lula assinou decreto que cria uma nova faixa de financiamento habitacional voltada à classe média e na prática amplia o Minha Casa, Minha Vida para famílias com renda mensal de até R$ 12 mil.
Agora passa a ser possível adquirir imóveis de até R$ 500 mil, com financiamento de até 35 anos e juros projetados de 10,5% ao ano. Com a medida, o governo espera atender 120 mil famílias ainda este ano. Para fazer frente a nova despesa, o governo vai utilizar verbas do Fundo Social do Pré-Sal.
Desde a retomada do programa no atual governo, cerca de 1,2 milhão de unidades foram contratadas, mas antes o teto do financiamento eram famílias com renda de até R$ 8 mil.
Também ontem, o presidente Lula assinou decreto que autoriza a antecipação do 13º salário para mais de 34 milhões de segurados do INSS.
Essas medidas se juntam à isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, proposta enviada ao Congresso Nacional. Antes, o governo já havia isentado do imposto quem ganha até dois salários mínimos.
Realidade x percepção da população
No discurso que fez na festa para lançar o novo slogan Brasil Dando a Volta Por Cima, e marcar os dois anos de governo, o presidente Lula, além do tradicional retrovisor para apontar a “terra arrasada”, se valeu (como sempre) das metáforas futebolísticas para listar pontos positivos da gestão. Segundo ele, mais de 24 milhões de pessoas ficaram livres da fome. “o equivalente a um estádio de futebol lotado saindo do mapa da fome por dia”.
Também citou o menor desemprego dos últimos 12 anos e disse que a pobreza e a extrema pobreza caíram aos menores níveis da história, além de citar a volta do PAC com mais de 20 mil obras em andamento de rodovias, portos, aeroportos e ferrovias, a maternidades, escolas, creches e centros esportivos, e a reforma tributária aprovada no Congresso.
Mas até aqui parece que esses dados não são sentidos pela população que sai de casa assustada e com medo de ser assaltada nas ruas ou nos supermercados com os preços dos alimentos subindo bem acima dos índices oficiais de inflação.
Pelo menos é isso que mostram as pesquisas de opinião mais recentes.