A direção nacional do Partido Verde (PV), presidida por José Luiz Penna, prepara uma mudança no comando da sigla no Rio Grande do Norte. A medida ocorre em meio à crescente crise interna envolvendo os deputados estaduais Hermano Morais e Eudiane Macedo e o atual presidente estadual da legenda, o ex-vereador Milklei Leite.
A tensão se acentuou após a exclusão dos parlamentares da convenção estadual do PV realizada no último dia 4 de julho — data que também marcou o fim do mandato da atual executiva estadual. Hermano e Eudiane não aceitaram a exclusão e passaram a defender abertamente a saída de Milklei da presidência do partido.
Além disso, segundo fontes da executiva nacional, Milklei Leite ter anunciado o apoio à reeleição de Natália Bonavides, de outro partido, no caso o PT, contrariou o partido. O fundo partidário é definido pela quantidade de deputados federais eleitos por cada legenda, o que torna essa a principal meta de todos os partidos. No caso do PV, ainda mais por estar dentro de uma federação partidária com PT e PcdoB, o que lhe assegura a existência mesmo sem cumprir as cláusulas de barreira impostas pela legislação, mas lhe leva a uma disputa interna na Federação.
Segundo as fontes da direção nacional do partido, diante do agravamento da crise, a Secretaria Nacional de Organização do PV, comandada pelo advogado Marcelo Bluma, vai informar a Milklei que a direção nacional irá nomear uma nova comissão provisória para o Rio Grande do Norte. O objetivo é pacificar a legenda, reorganizar sua base e tentar formar uma nominata competitiva para a Câmara Federal, o que não será tarefa fácil, já que o próprio Hermano Moraes já disse que não pretende disputar uma vaga na Câmara Federal deixando a reeleição praticamente certa na Assembleia Legislativa. O próprio Hermano vem sendo sondado para trocar de legenda, regressando ao MDB, mas pode permanecer na legenda diante da intervenção nacional.
Entre os nomes avaliados para assumir a presidência do PV no RN estão do próprio parlamentar, ou alguém do grupo dele, a deputada Eudiane Macedo, ou o advogado Anselmo Cortez — assessor jurídico da legenda e um dos dirigentes mais antigos do Estado, além do professor Rivaldo Fernandes, atual superintendente do IBAMA, que já foi presidente do PV potiguar.
A decisão deve ser tomada até esta sexta-feira (25). A advogada Vera Motta, assessora jurídica da executiva nacional, já comunicou ao atual presidente que a substituição será conduzida por decisão colegiada da direção nacional.
A possível troca no comando potiguar pode abrir caminho para uma recomposição da unidade do partido no estado, hoje fragmentado por disputas internas e por divergências quanto à estratégia eleitoral.
