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Médicos voltam ao trabalho e esperam acordo até quarta-feira

Os médicos cirurgiões da alta e média complexidade decidiram nesta sexta-feira retornarem ao trabalho, após reuniões com a Prefeitura e o Ministério Público. Os profissionais definiram cessar a paralisação após o compromisso da Prefeitura de Natal de que na próxima quarta-feira (dia 22) apresentará o calendário de pagamento para o mês de setembro e o plano de quitação a partir de outubro.

Já sobre a dívida acumulada dos últimos três meses, a Prefeitura de Natal assegurou que avançará nas negociações de fechar calendário de pagamento.

A paralisação dos profissionais atingiu cerca de 120 médicos das cirurgias oncológicas, neurocirurgia, mastologia, urologia, cirurgia de cabeça e pescoço, cirurgia torácica, cirurgia plástica, ortopedia oncológica, ginecologia oncológica, cirurgia pediátrica, cirurgia cardíaca e toda a parte de hemodinâmica realizadas pelos hospitais conveniados com a Prefeitura de Natal. As cirurgias eletivas devem ser retomadas na próxima terça-feira, já que as de urgências não foram canceladas.

Na prática, estavam suspensas todas as cirurgias, procedimentos e consultas médicas da Liga contra o Câncer, do Hospital do Coração, Serviço de Cardiologia do Hospital Rio Grande e parte das cirurgias do Hospital Varela Santiago e do Hospital Rio Grande.

A Prefeitura assegurou que irá buscar uma forma jurídica de pagar os médicos através dos hospitais, uma vez que eles se recusam a assinar os contratos de Sociedade em Conta de Participação, que os transforma em empregados de segunda classe da Justiz e da Proseg, sem qualquer direito trabalhista e, ao contrário da cooperativa, também sem participação direta no negócio.

Um médico que participou das negociações disse ao blog que estão confiantes que a Prefeitura irá manter a proposta de pagar os procedimentos através dos hospitais ou achar outra forma de assegurar os pagamentos para os profissionais da alta e média complexidade que não seja através de uma empresa de terceirização de mão de obra.

O secretário de saúde, Geraldo Pinho, vem trabalhando para tirar as cooperativas que atuam como prestadores de serviço para a Prefeitura. Esta semana em entrevista a uma rádio de Natal, o secretário disse que “tanto o prefeito Paulinho Freire, como ele próprio, tem o entendimento de que lá na frente, no licitatório permanente, para a alta complexidade, os repasses sejam diretamente aos hospitais e aos serviços e eles resolvam o seu corpo clínico, seus médicos e paguem como vão prestar o serviço”.

Segundo ele, isso é feito no país todo “esse modelo de terceirização de passar dinheiro para empresa, passar dinheiro para cooperativa, para passar para frente só existe aqui. A alta complexidade, a gestão Paulinho Freire, vai reorganizar e seguir o modelo como é em todo o país”.

Em resumo, a Prefeitura quer acabar com os contratos com as cooperativas e pagar aos hospitais que ficariam responsáveis por contratar seu próprio corpo clínico. No final das contas isso significaria acabar com o plus que existe na tabela do SUS para pagamento de algumas especialidades como o que é pago aos anestesistas.

Vem mais guerra pela frente.

 


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