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Walfredo segue suspendendo cirurgias por falta de insumos

As empresas de Órteses, Prótese e Materiais Especiais pararam de fornecer material para cirurgias ortopédicas do Estado. A informação foi repassada ao blog por funcionários do hospital que revelaram que todos os dias desta semana, cirurgias foram suspensas no Walfredo Gurgel por falta de roupa no centro cirúrgico e campos cirúrgicos estéreis.

As empresas não estão fornecendo pelo problema de sempre: falta de pagamento.

O Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel é o maior centro de atendimento de trauma do estado, e está no epicentro dessa crise de escassez de insumos médicos e interrupções em cirurgias essenciais há alguns meses. Uma ação judicial chegou a ser movida pelo Conselho Regional de Medicina do RN (CREMERN) contra o governo estadual.

Uma vistoria realizada em 26 de maio pelo CREMERN constatou que o hospital enfrentava um desabastecimento superior a 75% nos setores essenciais, incluindo antibióticos de amplo espectro (Meropenem, Polimixina), trombolíticos (Alteplase), anestésicos, seringas, agulhas e campos operatórios.

Enquanto isso, durante a semana foi noticiado que sete leitos de UTI — cinco neonatais e dois pediátricos — foram bloqueados no Maria Alice Fernandes devido à falta de materiais essenciais. Essa paralisação levou o Ministério Público do RN (MPRN), a Defensoria Pública e o Conselho Regional de Medicina (Cremern) a recorrerem à Justiça para exigir a reabertura imediata destes leitos,

Na sexta-feira, o governo conseguiu reabrir os leitos com insumos emprestados de outras unidades administradas pelo governo federal ou vindo da Paraíba.

Apesar da solução emergencial, a crise na saúde continua como se apresenta com o que está havendo no Walfredo Gurgel. O secretário de Saúde, Alexandre Mota, foi esta semana a Assembleia e alegou que o orçamento da pasta é insuficiente ainda mais com o bloqueio de recursos pelo Judiciário para pagar procedimentos.

Ao invés de se queixar com os deputados poderia ter ligado para a governadora Fátima Bezerra e dizer isso, que todo mundo já sabe. O percentual de 12% é o mínimo exigido na Constituição para os Estados, como para os municípios é 15%, mas em Natal o comprometimento da Receita Corrente com a Saúde flutuo entre 27 e 30% nos últimos anos.

Que o orçamento é insuficiente todos os secretários já disseram. É a velha história de decidir o que vai priorizar.


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