A nova rodada da pesquisa Quaest mostra que a desaprovação do governo do presidente Lula continua subindo apesar dos vários anúncios de medidas populares como redução na conta de energia dos mais pobres, isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil ou inclusão da classe média no Minha Casa Minha Vida.
Segundo os dados da pesquisa realizada entre os dias 29 de maio e 1º de junho, com 2004 entrevistas, a desaprovação do governo Lula, que na pesquisa de março era de 56%, subiu para 57% e a aprovação caiu de 41% para 40%. Esses dados estão dentro da margem de erro, mas mostram o maior índice de desaprovação desde o início do governo.
O Nordeste segue sendo a região que segura um pouco a aprovação do governo. Aqui, Lula é aprovado por 54% e desaprovado por 44%. A situação é mais preocupante no Sudeste onde está o maior eleitorado e onde há maior poder aquisitivo e menos dependência das benesses estatais. Lá, 64% desaprovam e apenas 32% aprovam.
O paternalismo adotado pelo governo está atingindo os mais necessitados da ação de governo, mas está criando uma rejeição cada vez maior na classe média e alta. Entre os que ganham até dois salários mínimos 50% aprovam e 49% desaprovam. Entre dois e cinco salários, 56% desaprovam e 43% aprovam, e entre os que ganham acima disso a desaprovação chega a 61%.
Comparação
Se é comparando que se decide o voto, a situação está ruim para o presidente na sua sucessão. Pela pesquisa 44% acham que o governo Lula está pior que o de Bolsonaro, 40% que está melhor e 13% que está igual.
Outro dado preocupante para o governo é que 70% acham que o presidente não tem conseguido cumprir as promessas de campanha e 61% acham que o Brasil está na direção errada.
Comunicação
Se só esses números não bastassem para colocar em xeque o milagre que o marqueteiro e agora ministro Sidônio Palmeira iria fazer, os dados sobre a percepção da população acerca da comunicação de governo também não são nada promissores. Aumentou de 47% para 50% os que acham que as notícias sobre o governo são mais negativas, 28% não tem visto notícias e só 19% acham que são mais positivas.
Bem verdade que sempre que alguém faz besteira chamam a comunicação para resolver, e se não resolve é a culpada pela rejeição do que todos consideram um excelente trabalho que não chega ao público por ineficiência da comunicação.
Os números da pesquisa mostram isso. Perguntados qual a notícia mais negativa que ouviu sobre o governo aparecem claramente muitos problemas criados pelo próprio governo. Em primeiro lugar vem o caso do INSS, seguido de corrupção (intrinsecamente ligado ao primeiro ainda que não tenha até agora aparecido culpa direta do governo), aumento dos preços, gastos públicos excessivos e, conseqüência desse, aumento de impostos.
Tá difícil para o ministro.