Argentina e Uruguai. Tão próximos. Tão parecidos na sua formação histórica e agora parecidos também ao verem partir duas figuras mundiais que fizeram do exemplo pessoal a principal marca da sua liderança.
Há menos de um mês, o mundo recebeu a notícia do falecimento do Papa Francisco que optou por viver sem luxos ou regalias a que tinham direito os Bispos de Roma que o antecederam numa Igreja forjada como uma monarquia europeia.
Agora chega a notícia da partida de José Mujica ou Pepe Mujica. ex-preso político, militante dos Tupamaros na juventude, grupo que se notabilizou, antes da instalação da ditadura militar uruguaia, em 1973, por assaltar bancos e distribuir comida e dinheiro aos pobres. Passou 14 anos na prisão onde foi torturado.
Anistiado, participou da política institucional e chegou a Presidência do Uruguai. Após deixar a Presidência, voltou ao Senado, cargo que ocupou até 2020, quando renunciou por motivos de saúde, em meio à pandemia de Covid-19.
Mujica passou os últimos anos de sua vida cuidando de sua horta.Morando numa casa simpkes e andando no seu icônico Fusca. Doava 90% do salário como ex-presidente para projetos de combate à pobreza.
Pepe era ateus. Tomara que esteja errado e tenha agora se encontrado com Francisco.
Sem o Papa e sem Pepe a América Latina e o mundo ficam sem o exemplo de quem dedicou a vida a ajudar os que mais precisam.