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Novo bispo de Caicó reforça mudança no perfil do clero no RN

A recente escolha do novo bispo de Caicó, padre Antonio Ranis Rosendo dos Santos, pelo Papa Francisco confirma uma tendência que tem se consolidado nos últimos anos: a escolha de líderes religiosos de fora do Rio Grande do Norte para comandar dioceses locais. Esse cenário contrasta com um período em que o Estado figurava como um grande celeiro de bispos, muitos deles influenciados diretamente por Dom Eugênio Sales, um dos maiores nomes da Igreja Católica no Brasil.

Ao longo da história, o Rio Grande do Norte já teve 19 bispos nascidos em seu território. Grande parte deles exerceu seu episcopado nas três dioceses potiguares: Natal, Mossoró e Caicó. A influência de Dom Eugênio foi determinante para essa estatística. Natural de Acari, ele se tornou referência para gerações de religiosos, formando padres e impulsionando vocações que, posteriormente, chegaram ao episcopado.

No entanto, essa realidade tem mudado. O atual arcebispo de Natal, Dom João Santos Cardoso, é um exemplo dessa nova fase. Natural da Bahia, ele foi nomeado para a Arquidiocese potiguar em 2023, sucedendo Dom Jaime Vieira Rocha, que era potiguar. Agora, a nomeação do novo bispo de Caicó segue essa mesma linha, consolidando uma nova dinâmica na escolha dos líderes da Igreja Católica no estado.

Apesar dessa mudança de perfil, o clero potiguar segue sendo um dos mais expressivos do Nordeste, com forte presença de religiosos em diversas dioceses do Brasil. Atualmente estão em atividade Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena, Nazaré, (PE); Dom Magnus Henrique Lopes, Salgueiro, (PE); Dom Edilson Soares Nobre, Oeiras, (PI), Dom Francisco Damascena, Rubiataba-Mozarlândia (GO) e Dom Alcivan Tadeus, bispo auxiliar de João Pessoa, (PB). Além desses, ainda está como bispo emérito de Petrolina (PE), Dom Francisco Canindé Palhano e Natal conta com três bispos eméritos, Dom Heitor de Araújo Sales, Dom Matias Patricio e dom Jaime Vieira Rocha. 

O novo bispo de Caicó terá o desafio de dar continuidade ao trabalho pastoral na região Seridó, um dos maiores redutos católicos do RN. Sua chegada será acompanhada de perto pelos fiéis e pelo clero local, que aguarda para conhecer as diretrizes de sua gestão à frente da Diocese.


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