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Nenhuma máquina

No dia 31 de maio de 1819 nascia em Nova York o homem que iria influenciar todo a cultura do século XX mesmo depois da sua morte em 1892.

Walt Whitman foi inovador com uma poesia de expressão livre e expansiva, celebrando a existência em toda a sua intensidade, mas sem seguir fórmulas rígidas que até então eram a característica da poesia americana. Ele foi uma grande influência para a chamada Geração Beat e chega a ser citado expressamente por poetas como Allen Guinsberg. Também em Gregory Corso aparece toda a sua influência no estilo, no tom, e na atitude poética dessa geração que surgiu cerca de 50 anos após sua morte. Folhas de Relva é sua obra prima e, através dos beats, influenciou também os hippies, cujos ecos chegaram até a geração nascida nos 60 que modificou completamente os costumes e a cultura na segunda metade do século passado e até hoje em dia.

Nestes tempos em que a Inteligência Artificial ameaça tomar o lugar dos humanos, reproduzo um poema do grande poeta americano neste cantinho de poesia.

 

Nenhuma máquina para poupar trabalho

(Walt Whitman)

Nenhuma máquina para poupar trabalho,
Nenhuma descoberta eu fiz,
Nem deixarei após mim algum rico legado para
hospital ou biblioteca,
Nem lembrança de algum ato de coragem pela América,
Nem sucesso literário ou intelectual; nem livro para estantes,
Mas umas poucas odes vibrando no ar eu deixo,
para os camaradas e amantes.

Eu os deixo em silêncio e a muitos,
Pois eu os deixo que se escutem,
Aqueles que estão ao alcance do meu canto;
Pois o amor, o amor, o amor é tudo, e o amor é
suficiente,
E o amor é a eterna posse, e os outros nada são,
Ou são sombras em torno da posse.

 


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