A declaração dada pelo ex-senador Jean Paul Prates na entervista ontem de que "o governo não é tão ruim quanto parece" irritou a entourage da governadora Fátima Bezerra muito mais do que as acusações de caciquismo que ele fez em relação à escolha do secretário Carlos Eduardo Xavier para ser o candidato do PT à sucessão estadual.
A frase do ex-senador na verdade foi no plural se referindo ao mesmo tempo ao governo federal e estadual. Mas em relação ao governo Lula foi entendida pelas mágoas que ele contra o chefe da Casa Civil, Rui Costa, pela forma como "fritado" e depois defenestrado da presidência da Petrobras.
Mas com relação ao governo estadual, a frase foi recebida como uma demonstração de que o ex-senador joga contra os planos do partido de fazer uma senadora. Uma fonte próxima da governadora lembrou que quando ele reclama que foi tirado da disputa ao Senado em 22 não citou que a remoção se deu em troca da promessa de assumir a Petrobras, de fato honrada pelo governo federal. Essa mesma fonte diz que, se Fátima não o tivesse colocado como suplente na chapa dela em 2018, ele nunca teria sido eleitor sequer vereador em Natal, quanto mais assumir o Senado da República por quatro anos.
O fato é que, se ele já não era visto como petista pelos companheiros de partido, já que chegou ao RN pelas mãos do deputado João Maia e do empresário Marcelo Alecrim, agora é que pode ir arrumando as malas.
Opções não faltam. Como ele mesmo lembrou, Jean Paul já foi filiado ao PDT nos tempos de Brizola e mantém uma boa relação com o PV nacional que também pode ser uma alternativa caso decida se manter na vida pública.
