Enquanto o governo do Rio Grande do Norte analisa se zera a alíquota de ICMS sobre produtos da cesta básica, Natal aparece em terceiro lugar entre as capitais com o maior aumento no valor da cesta em fevereiro segundo levantamento do Dieese. O maior avanço foi registrado em Recife, com alta de 4,44%, seguido por João Pessoa (2,55%) e Natal (2,28%). Nos dois primeiros meses do ano, a cesta básica em Natal já subiu 5%.
O valor da cesta básica em Natal, pelo Dieese, entidade ligada aos sindicatos, em fevereiro foi de R$ 648,58 ou 46% do salário mínimo.
Entre as capitais analisadas, São Paulo registrou o maior custo para a aquisição dos itens básicos de alimentação, chegando a R$ 860,53. Na sequência, aparecem Rio de Janeiro (R$ 814,90) e Florianópolis (R$ 807,71). Os menores valores foram encontrados em Aracaju (R$ 580,45), Recife (R$ 625,33) e Salvador (R$ 628,80).
O tomate também sofreu elevação expressiva em 15 das 17 capitais monitoradas, com destaque para Recife (44,52%), Belo Horizonte (24,52%) e Natal (22,12%). Já Porto Alegre (-13,15%) e Florianópolis (-9,09%) registraram redução no preço do fruto.
O preço da carne bovina de primeira aumentou em 11 capitais, com altas que oscilaram entre 0,40%, em Natal, e 2,38%, em Vitória. Por outro lado, Goiânia (-3,81%) e Belém (-2,69%) tiveram queda no custo do produtos.
EM TEMPO
O governo federal anunciou algumas medidas na semana passada para tentar diminuir os preços dos alimentos, incluindo a isenção de imposto de importação sobre alguns produtos e ações regulatórias para estimular a competitividade e reduzir custos. O Palácio do Planalto zerou a alíquota de importação da carne, hoje em 10,8%.
Apesar dos bons números na economia no crescimento do PIB e na criação de empregos, a popularidade do governo Lula vem derretendo a cada levantamento e a alta dos preços é apontada como a principal razão. Os números do Dieese confirmam que o preço dos alimentos estão subindo muito acima da inflação oficial.
Afinal, a pessoa consegue um emprego, mas gasta metade do salário só para comprar a cesta básica não deixa ninguém satisfeito.
Hoje, o vice-presidente Geraldo Alckmin disse que as medidas adotadas pelo governo federal para reduzir os preços dos alimentos não terão efeito imediato e que é necessário “aguardar”, mas voltar a pedir a colaboração dos governadores na redução do ICMS sobre os produtos da cesta básica.
Em São Paulo, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou que sua gestão está “fazendo o dever de casa” para assegurar comida mais barata na mesa dos paulistas. Ele destacou que desde o início de sua gestão o ICMS no estado já é zero para itens essenciais do dia a dia, como arroz, feijão, ovos, farinhas, legumes e verduras. “Aqui em São Paulo, estamos fazendo o dever de casa desde o início da gestão quando o assunto é comida mais barata na mesa. Não é de hoje que o ICMS no estado é zero para itens do dia a dia”, afirmou o governador, provável candidato ao Palácio do Planalto no ano que vem.
O governador do Piauí, Rafael Fonteles, também anunciou a isenção do ICMS, mas só para alguns produtos da cesta básica. A medida entra em vigor no dia 1º de abril e tem a finalidade de baixar o custo dos alimentos para a população.
