O rumoroso caso dos respiradores comprados, pagos e nunca entregues ao Consórcio Nordeste no período da pandemia pode estar perto da conclusão, ao menos no Tribunal de Contas da União (TCU) e vai sobrar para o ex-ministro da Previdência Carlos Gabas, antigo braço direito do chefe da casa Civil Rui Costa enquanto ele foi governador na Bahia e presidente do Consorcio.
De acordo com a revista Veja, o TCU havia programado para julgar o caso na quarta-feira, 12, mas um pedido de vista adiou o desfecho do caso por 60 dias. Os auditores do TCU mostram que Gabas elaborou a minuta do contrato que continha uma cláusula que previa pagamento antecipado pelos respiradores. Foram desembolsados R$ 48 milhões para importar os aparelhos da China, mas a empresa chinesa apresentada como responsável pelos ventiladores hospitalares não tinha qualificação técnica. Na verdade, a Hempcare Pharma, contratada para trazer os equipamentos ao Brasil era especializada em produtos a base de maconha e nunca tinha feito uma compra internacional desse tamanho.
O pior é que o consórcio atestou que as máquinas haviam sido e entregues embora nunca tivesse chegado ao Brasil.
De acordo com o relatório da auditoria do TCU, Carlos Gabas elaborou a minuta do contrato que previa pagamento antecipado e autorizou a emissão da nota de empenho em favor da empresa e ainda mais é a assinatura dele que atesta a entrega dos equipamentos.
Ele alegou no processo que sua responsabilidade de fato foi de autorizar a nota de empenho, a liquidação e autorizar o pagamento, mas depois de o processo ter passado por outros setores do Consórcio Nordeste. Mas não disse quem seria então o responsável por atestar a entrega de algo que nunca foi entregue.
Se ficar calado, vai sobrar para ele mesmo.