O Nordeste brasileiro registrou crescimento expressivo no turismo internacional em 2024, com 337.092 turistas estrangeiros chegando à região — aumento de 36,7% sobre 2023, bem acima da média nacional de 14,6%. No entanto, a distribuição dos fluxos mostra diferenças significativas entre os estados, especialmente no modo de acesso e na diversificação econômica.
Chegadas internacionais por estado
Um levantamento do Observatório Nacional do Turismo revela que Bahia, Ceará e Pernambuco concentram a maior parte do fluxo internacional, enquanto o Rio Grande do Norte ainda ocupa posição modesta:
Estado | Chegadas internacionais | Crescimento 2023-2024 | Modal predominante |
---|---|---|---|
Bahia | 143.605 | 56% | Aéreo/Marítimo |
Ceará | 96.882 | 35,4% | Aéreo |
Pernambuco | 70.686 | 13% | Aéreo/Marítimo (15,8%) |
Rio Grande do Norte | 25.919 | 27,3% | Aéreo 100% |
Chegadas internacionais de turistas por estado no Nordeste (2024)
O RN depende exclusivamente do transporte aéreo, enquanto Pernambuco diversifica seu acesso com cruzeiros, gerando maior impacto econômico por visitante. A Sudene destaca que a inclusão de cruzeiros em Natal poderia ampliar a arrecadação e dinamizar serviços de hospedagem, alimentação, lazer e transporte terrestre.
Empregos formais no setor turístico
Em 2024, o Nordeste tinha 433.327 empregos formais no setor turístico, representando 18,6% do total nacional. Ceará, Pernambuco e Bahia concentram 62,6% das vagas, enquanto o Rio Grande do Norte responde por 7,91% da região, com 34.274 empregos, principalmente em alimentação e hospedagem. A remuneração média regional foi de R$ 1.819,87 (1,28 salário mínimo), inferior à média nacional de R$ 2.356,79 (1,66 SM).
Modalidades de acesso
A Sudene destaca que a concentração do RN no modal aéreo representa vulnerabilidade. Pernambuco, com 15,8% de turistas internacionais chegando por cruzeiro, exemplifica a vantagem econômica de diversificar modais. A retomada dos cruzeiros em Natal poderia reduzir a sazonalidade, aumentar o gasto médio por turista e gerar maior valor agregado para o estado.
Investimentos em infraestrutura portuária, qualificação de mão de obra e estratégias de atração de cruzeiros são importantes para aumentar a competitividade do estado frente a destinos nordestinos já consolidados.