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Midway Mall entra no centro da estratégia da Riachuelo e sinaliza nova fase do grupo Guararapes

Em evento de inauguração da nova loja modelo da Riachuelo no bairro de Pinheiros, em São Paulo, o CEO do Grupo Guararapes, André Faber, afirmou que a venda do Midway Mall, em Natal, faz parte de uma estratégia clara de reorganização do portfólio do grupo e de geração direta de valor para os acionistas. A declaração foi dada em entrevista à Bloomberg Línea durante a apresentação do novo conceito de loja, considerado um marco no processo de transformação da marca.

Segundo Faber, o Midway Mall é um ativo maduro, altamente rentável e com papel histórico na consolidação do grupo, mas que hoje permite uma realocação de capital mais eficiente. O executivo confirmou que há um memorando de entendimentos assinado com um consórcio liderado pela gestora Capitânia e destacou que os recursos obtidos com a operação deverão ser, em grande parte, destinados ao pagamento de dividendos, afastando a possibilidade de aquisições ou movimentos de expansão fora do core business da companhia.

A fala do CEO ocorreu durante a inauguração da pop up store da Riachuelo em Pinheiros, espaço que funcionará por 12 meses como laboratório para testar o novo posicionamento da marca. Com cerca de 240 metros quadrados, a loja foi concebida para ser um ambiente mutável, com alterações frequentes de layout, curadoria de produtos e experiências, servindo de base para o redesenho das futuras unidades da rede.

Diferente do modelo tradicional da Riachuelo, a loja de Pinheiros aposta em uma experiência mais tecnológica e dinâmica. É a primeira unidade da marca a operar integralmente com sistema de autoatendimento no pagamento, por meio de self checkout, além de utilizar etiquetas inteligentes para agilizar o processo de compra. O espaço também reforça iniciativas ligadas à sustentabilidade e à moda circular, com destaque para ações de reaproveitamento de peças e coleções desenvolvidas com menor impacto ambiental.

De acordo com o executivo, a proposta não é apenas vender mais, mas entender novos comportamentos de consumo e testar formatos que poderão ser replicados em larga escala. A partir dos aprendizados obtidos em Pinheiros, a Riachuelo pretende orientar o plano de abertura de 15 a 20 novas lojas previsto para 2026, além de reformas em unidades já existentes. Os investimentos estimados para esse ciclo variam entre 150 milhões e 180 milhões de reais.

A movimentação em torno do Midway Mall e a inauguração da loja modelo fazem parte de um reposicionamento mais amplo do Grupo Guararapes, que inclui a mudança de nome e ticker da companhia na B3 para Riachuelo a partir de 2026. A estratégia busca reforçar a identidade da marca no mercado de moda, ao mesmo tempo em que simplifica a estrutura do grupo e concentra esforços nas áreas consideradas centrais para o crescimento futuro.

Para Faber, a combinação entre modernização da experiência física, avanço tecnológico e disciplina na alocação de capital define o novo momento da companhia. Nesse contexto, o Midway Mall deixa de ser apenas um símbolo da expansão passada do grupo para se tornar uma peça-chave na construção de sua próxima fase.

 Quem são os compradores do Midway Mall

A negociação para a venda do Midway Mall envolve um consórcio liderado pela Capitânia Investimentos, gestora independente sediada em São Paulo e especializada em crédito privado e ativos imobiliários. Fundada em 2003, a Capitânia administra bilhões de reais em recursos e atua por meio de fundos estruturados voltados para imóveis de grande porte, incluindo shopping centers.

Além da gestora, segundo se comenta no mercado de capitais, o grupo comprador conta com a participação do Grupo Jereissati, controlado pela família do empresário cearense Tasso Jereissati, ex-governador, ex-senador e um dos nomes mais tradicionais do setor de shoppings no país. O grupo controla a Jereissati Centros Comerciais (JCC), responsável por empreendimentos relevantes no Brasil.

A operação também inclui outros coinvestidores do setor imobiliário. O negócio ainda depende da aprovação do CADE e da assinatura dos contratos definitivos.


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