O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) rebateu o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), depois que ele culpou o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por causar prejuízo eleitoral para a direita brasileira, desde que iniciou sua atuação nos Estados Unidos para tentar salvar o pai. O estranhamento entre os dois políticos ocorreu com trocas de mensagens públicas pela rede social X, nesta segunda-feira (13).
Em entrevista que foi ao ar no domingo (12), no programa Canal Livre, da Band, Ciro afirmou que a ofensiva do deputado junto à administração do presidente Donald Trump causou um "prejuízo gigantesco" para o "projeto político" da direita em 2026, comprometendo eleições que estavam "completamente resolvidas".
Segundo o senador, a atuação em favor do tarifaço "foi um erro" e acabou por beneficiar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ciro é especulado como um potencial vice em uma chapa presidencial do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) — que em público nega ser pré-candidato ao Palácio do Planalto.
Em reação às críticas, Eduardo escreveu no X, dirigindo-se a Ciro: "O prejuízo foi gigantesco para o seu plano pessoal, não se pode confundir o seu interesse com o do Brasil. Compadeço com o seu sentimento, pois também foi um grande prejuízo para mim, a diferença é que estou disposto a sacrificar os meus interesses pessoais pelo Brasil".
Ciro respondeu ao deputado que não tem dúvida "de que houve um enorme desprendimento pessoal de sua parte". "Quanto a mim, tenha certeza de que não tive nem terei nenhum prejuízo pessoal. Vc sabe a distância entre o que falam de nós e a realidade. Nunca quis ser nada além do que sou. Com uma outra forma de ver, o que me interessa também é o Brasil", afirmou.
Eduardo tem resistido às pressões para o pai indicar um sucessor e trabalha para ser ele próprio o nome apoiado por Bolsonaro para a Presidência em 2026. O ex-presidente está inelegível e foi condenado por tentativa de golpe de Estado. O deputado, que também está denunciado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e pode se tornar réu, responde a processo no Conselho de Ética da Câmara.