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Arcebispo de Caracas teve passaporte retido no aeroporto da cidade

As autoridades venezuelanas retiveram, nesta quarta-feira, 10 de dezembro, o passaporte do cardeal Baltazar Porras Cardozo, arcebispo emérito de Caracas, no principal aeroporto da Venezuela, impedindo-o de viajar para cumprir compromissos eclesiais na Espanha. “Me disseram que o passaporte apresentava problemas e que não podiam fazer nada”, relata o próprio cardeal em comunicação enviada aos seus irmãos bispos do episcopado venezuelano para notificá-los do ocorrido.

“O mais comum neste último quarto de século é quase sempre sofrer, com raras exceções, ao chegar à Imigração: o oficial de plantão pega o passaporte e sai para consultar ‘porque o sistema não funciona’, ‘não aparece na lista’. Em duas oportunidades me disseram que apareço como falecido”, afirma o cardeal sobre o que costuma acontecer.

“Esta manhã, o oficial me disse se eu havia revisado meu passaporte, porque não estava em dia e ele precisava consultar. Levou-o junto com o cartão de embarque para mostrá-lo, imagino, ao seu superior. Depois de um tempo, essa pessoa me disse que o passaporte apresentava problemas e que eles não podiam fazer nada”, explica o cardeal Porras sobre o ocorrido no aeroporto Simón Bolívar, em Maiquetía.

Após o impasse, informaram ao prelado que ele não poderia viajar, razão pela qual teve de deixar o aeroporto sem o passaporte, que não quiseram devolver. “É algo que dói porque atenta contra os direitos que temos como cidadãos”, expressa o cardeal, recordando que isso ocorre justamente no Dia Mundial dos Direitos Humanos.

“Estamos em tempos natalinos. A força está na fraqueza do presépio, na fragilidade da verdade que se constrói em paz, sem violências e sem abusos. A esperança passa pelo trabalho contínuo pelo bem de todos, principalmente dos excluídos”, disse o cardeal, desejando ainda que “este incidente desagradável não seja o pão nosso dos que não têm rosto nem padrinhos”.

O cardeal venezuelano conclui recordando “a mensagem reiterada do Papa Leão XIV: ‘Estamos dispostos a buscar uma solução e uma paz duradoura e também justa’. A tarefa de todos e daqueles que temos alguma responsabilidade ética é iluminar o caminho de todos os nossos irmãos”, disse.

Este fato ocorre em meio às tensões entre Venezuela e Estados Unidos, que cogita uma ofensiva contra o narcotráfico com presença militar significativa no mar do Caribe. Enquanto isso, em Oslo, na Noruega, aguarda-se a presença da principal opositora do governo venezuelano e Prêmio Nobel da Paz, María Corina Machado, para participar dos eventos organizados pelo Comitê Norueguês do Nobel.

Do Vaticanews


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