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Álvaro faz a parte dele

O ex-prefeito Álvaro Dias (Republicanos) não perde tempo e segue na busca de atingir seu objetivo de disputar o governo do Estado no próximo ano.  O anúncio do apoio à candidatura da vereadora Nina Souza, esposa do prefeito Paulo Freire, consolida a retribuição do prefeito para a reeleição do deputado Adjuto Dias, e, por tabela, reforça a aliança entre ambos, fechados também com os senadores Rogério Marinho (PL) e Styvenson Valentim (PSDB) em torno de uma chapa competitiva de oposição à aliança PT/MDB nas próximas eleições.

O trabalho inclui isolar o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União), que tem o entusiasmo do ex-senador José Agripino, presidente do seu partido, e mantém a aliança com a senadora Zenaide Maia (PSD), mas que os outros dois lados da disputa acreditam será “engolido” na polarização nacional entre direita e esquerda.

Por enquanto, o grupo oposicionista mantém as duas candidaturas a governador, de Rogério e de Álvaro, mas o ex-prefeito não descarta a possibilidade de disputar o Senado, embora mantenha a confiança de que Rogério não será candidato no RN no próximo ano, o que abriria as portas para ele enfrentar a disputa a governador.

Enquanto aguarda essa definição, que acredita só acontece no próximo ano após o veraneio e o carnaval, o ex-prefeito faz a parte dele e está na estrada — literalmente. Em ritmo de pré-campanha, tem percorrido municípios do interior, se reunido com lideranças locais e reforçado sua imagem de gestor técnico e independente. Sempre ao lado de Adjuto tem rodado o Estado e, mesmo onde não conta com o apoio da liderança principal do município para seu projeto, acaba conseguindo ao menos o apoio de um vereador ou alguma liderança local ao projeto do reeleger o filho à Assembleia Legislativa.  

Nas redes sociais, a movimentação é constante: Seridó, Agreste, Oeste. Álvaro aparece em festas de padroeiro, feiras, leilões e encontros políticos. É o trabalho de base, sem holofotes, mas com propósito definido: se projetar como oposição ao governo Fátima Bezerra (PT).

A meta é clara: fazer o corpo a  corpo fora da capital. Em Natal, Álvaro tem recall alto e é lembrado por obras de impacto, como o alargamento da faixa de areia de Ponta Negra, a revitalização da Redinha. e o novo Plano Diretor e também tem marcado presença na inauguração de obras que deixou começadas mas só foram concluídas  este ano. No interior, porém, precisa construir narrativa.

O novo eixo oposicionista

Nos bastidores, a movimentação foi no sentido de consolidar a aliança com Rogério e Styvenson. A antiga hipótese de aliança com Allyson Bezerra e Zenaide Maia ficou para trás. Agora, o trio — Rogério, Styvenson e Álvaro — ensaia um palanque único. A ideia é repetir no Rio Grande do Norte o que parte da direita tem tentado construir em outros estados: uma frente ampla contra o PT.

Rogério aparece como o articulador nacional do grupo, com trânsito no bolsonarismo e influência nas bancadas federais. Styvenson segue como o nome popular e independente, que fala direto ao eleitorado antipolítico. Álvaro, por sua vez, tenta ser o símbolo do gestor equilibrado, capaz de unir os dois mundos — o da técnica e o da política.

Os riscos e o legado

Álvaro chega competitivo, mas não sem desafios. Sua gestão em Natal, embora marcada por grandes entregas, também deixou pendências e críticas, especialmente por  causa de obras de grande vulto que precisariam ser concluídas ou complementadas com  obras de urbanização, como o caso da engorda de Ponta Negra, ou efetivo funcionamento  como é o caso do Mercado da Redinha e do Hospital Municipal Padre Pio, duas obras que foram inauguradas por ele, mas,  passados 10 meses da atual gestão, seguem com as portas fechadas, o que deverá ser explorado pelos adversários em 2026.

Há ainda o risco político dentro da própria aliança. Rogério pode manter sua candidatura e só restará a Álvaro disputar o Senado onde o quadro parece muito mais  difícil, já que as pesquisas apontam um amplo  favoritismo de Styvenson ficando a outra vaga a ser disputada por ele, Fátima e Zenaide, que têm peso, estrutura e partidos fortes em termos de apoio financeiro para suas ambições próprias. O ex-prefeito precisará de paciência e habilidade. Mas isso já deu  mostras de que não lhe falta.

 

 


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