O indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 34 pessoas por tentativa de golpe de Estado e a retirada do sigilo dos vídeos gravados na deleção premiada do tenente coronel Mauro Cid mostram como o petismo e o bolsonarismo se parecem e se completam na política atual.
O principal argumento dos bolsonaristas e seus aliados para desacreditar a delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro foi de que o ministro Alexandre Moraes teria coagido o militar a alterar o depoimento dele. Exatamente a mesma argumentação dos petistas e demais lulistas em 2016 e 2018 quando tentaram permitir a candidatura do Lula às eleições presidenciais daquele ano acusando a Lava Jato e o juiz Sérgio Moro, hoje senador, de terem armado para condenar Lula e tirá-lo da disputa.
Os que antes defendiam o lavajatismo como uma atuação positiva da justiça para livrar o Brasil da corrupção, hoje vêem Moraes exorbitar de suas funções, mas não pensavam assim quando Moro condenava Lula.
Os petistas que agora criticam a tentativa do senador Flávio Bolsonaro de levar às cortes internacionais o indiciamento do pai pela participação na trama golpista, foram os mesmos que no passado levaram o caso de Lula ao comitê de Direitos Humanos da ONU.
É só trocar o sinal que o resultado é o mesmo.