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PV fecha questão contra cassação de Brisa

O diretório municipal do Partido Verde (PV) irá fechar questão contra a cassação do mandato da vereadora Brisa Bracchi (PT). A medida obriga o vereador Herbath Senna, único representante do PV na Casa, a votar conforme a orientação partidária — sob risco de sofrer questionamento judicial por infidelidade partidária caso adote posição contrária.

Herbath foi eleito dentro da federação formada por PT, PCdoB e PV, que funciona como um bloco único, com decisões vinculantes para todos os seus membros. No entanto, o parlamentar integra a bancada do prefeito Paulo Freire (União Brasil), o que o coloca em uma situação de constrangimento político: seguir o partido ou manter a aliança com o grupo governista.

A definição do PV local é clara: o partido será contra a cassação de Brisa Bracchi. Segundo dirigentes, a posição busca “preservar a coerência política da federação” e garantir o respeito ao devido processo legal.

Brisa é alvo de processo disciplinar por ter destinado R$ 18 mil em emendas impositivas ao evento cultural “Rolê Vermelho”, realizado no dia 9 de agosto na Casa Vermelha, espaço vinculado a grupos de esquerda e movimentos ligados ao PT. A denúncia foi apresentada pelo vereador Matheus Faustino (União Brasil), que questiona o uso de recursos públicos no evento que tinha a finalidade de comemorar a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Há divergências quanto ao endereço do evento que segundo informado, a Rua Princesa Isabel, 749, identificada como sede do PSTU, embora o partido alegue funcionar oficialmente na Rua Santo Antônio, 697, ambas na Cidade Alta.

A investigação é conduzida pela Comissão de Ética da Câmara, presidida pela vereadora Anne Largatixa (Solidariedade); Ela será responsável por marcar a data para que Brisa apresente as alegações finais de sua defesa. Em seguida, o relator Fúlvio Saulo (Solidariedade) terá cinco dias para apresentar parecer a ser votado pelo colegiado, composto ainda por Daniel Valença (PT).

Com o PV posicionado formalmente contra a cassação, o voto de Herbath Senna ganha peso político. Se seguir o partido, poderá desagradar aliados do prefeito Paulo Freire a quem fez uma série de indicações na Prefeitura de Natal. Se optar por votar pela cassação, arrisca-se a enfrentar questionamento judicial por infidelidade partidária, uma vez que, nas federações, a fidelidade é obrigatória e as deliberações partidárias têm efeito vinculante.

Nos bastidores, parlamentares avaliam que Herbath tentará uma saída intermediária, sustentando que a votação de um processo ético-disciplinar possui natureza individual e de consciência, o que poderia afastar o risco jurídico. Ainda assim, a tese divide opiniões entre advogados eleitorais.

 


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