Lula.webp

O lenga-lenga do Ibama e a bacia Potiguar

Embora pareça um assunto longe dos interesses locais, as declarações do presidente Lula fritando o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, por causa da demora no licenciamento para a Petrobras furar o primeiro poço na Margem Equatorial, tem tudo a ver com o Rio Grande do Norte.

O tema está na pauta do dia por causa do presidente do Senado, David Alcolumbre, que é senador pelo Amapá, onde está o Oiapoque, e está pressionando o governo para liberar a exploração de petróleo na foz do Amazonas. A Margem Equatorial, também chamada de novo pré-sal, abrange áreas de exploração em várias bacias marítimas próximas a linha do Equador que vão da Foz do Amazonas até o litoral do Rio Grande do Norte, passando pelo Pará, Maranhão, Barreirinhas, Ceará, chegando a Bacia Potiguar. 

A entrevista do presidente a rádio Diário FM de Macapá teve o interesse de agradar o senador e faz parte de uma pressão que vem sendo realizada em cima do Ibama para a liberação da licença.

O caso também chama a atenção por lembrar a defesa intransigente do PT local quanto a demora do Idema em dar a licença  para a obra da engorda de Ponta Negra no ano passado, o que só aconteceu depois de muita pressão do então prefeito Álvaro Dias e das decisões judiciais que impediram o Idema de continuar postergando a entrega da licença.

Agora o presidente Lula chegou a dizer que o Ibama trabalha contra o governo. E quem nomeia o presidente do Ibama é ele mesmo. Lula também adiantou que Rodrigo Agostinho será chamado para uma conversa com a Casa Civil que não estava prevista. Ou seja, entre o presidente do Senado, David Alcolumbre e o presidente do Ibama Rodrigo Agostinho, Lula ficará com o primeiro. Ou Agostinho libera a licença ou é melhor ir pegando o chapéu. 

PARA ENTENDER

A Margem Equatorial abrange áreas de exploração e produção de petróleo e gás em várias bacias marítimas próximas à Linha do Equador: Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar. Ela se estende de Oiapoque (AP), no extremo norte do país, ao litoral do Rio Grande do Norte.

O Ibama até hoje não concedeu licença para que Petrobras inicie a perfuração do primeiro poço, localizado a uma distância de 175 quilômetros da costa do Amapá e a mais de 500 quilômetros de distância da foz do Rio Amazonas. O objetivo dessa perfuração era comprovar a viabilidade econômica da produção de petróleo na região. O plano, no entanto, sofre oposição de ambientalistas pelo risco ao meio ambiente.

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou que todas as demandas apresentadas pelo Ibama foram entregues em novembro.


Notícias relacionadas

Mais lidas

Perfil

Foto de perfil de Heverton Freitas

Heverton de Freitas