pink wish.jpg

Há 50 anos, Pink Floyd lançava Wish You Were Here

Em setembro de 1975, o Pink Floyd lançava Wish You Were Here, seu nono álbum de estúdio. Meio século depois, a obra segue como uma das mais emblemáticas da história do rock — um retrato em sons da saudade e da culpa que assombravam o grupo.

Após o sucesso estrondoso de The Dark Side of the Moon, a expectativa era enorme. Mas, em vez de repetir a fórmula, David Gilmour, Nick Mason, Richard Wright e Roger Waters mergulharam em um clima de melancolia. O disco refletia o peso do afastamento de Syd Barrett, fundador e principal inspiração inicial da banda, que havia sucumbido ao abuso de LSD.

Dos 44 minutos do álbum, 32 são dedicados a ele: a faixa-título e a monumental suíte Shine On You Crazy Diamond, dividida em duas partes que abrem e encerram o LP. “Brilhe, diamante louco” foi a forma encontrada de homenagear o amigo perdido.

O episódio mais marcante ocorreu durante a mixagem. Um homem calvo, acima do peso e com as sobrancelhas raspadas entrou no estúdio. Os músicos pensaram ser alguém da gravadora. Só depois perceberam, estarrecidos, que era Barrett. Waters caiu em prantos. “Na verdade foram dois ou três que choraram”, recordaria o designer Storm Thorgerson. O ex-companheiro ouviu a música que lhe era dedicada sem reagir.

O lançamento em 12 de setembro de 1975 dividiu a crítica, que esperava algo maior que Dark Side. O público, no entanto, abraçou o álbum: em uma semana, estava no topo das paradas britânicas e, em duas, das norte-americanas. Tornou-se o disco de venda mais rápida do grupo. Até hoje, soma 20 milhões de cópias, atrás apenas de The Wall (35 milhões) e Dark Side of the Moon (45 milhões).

Cinquenta anos depois, parte da equipe já não está mais aqui: o tecladista Rick Wright, o designer Storm Thorgerson e o dublê Ronnie Rondell Jr., que aparece em chamas na capa icônica. O próprio relatava que um golpe de vento queimou seu bigode durante a sessão de fotos.

Wish You Were Here chega ao cinquentenário como a obra mais íntima do Pink Floyd, marcada pela ausência de Barrett. Um disco que transformou saudade em arte e segue ecoando a mensagem de sua canção-título: “Quem dera você estivesse aqui”.


Notícias relacionadas

Mais lidas

Perfil

Foto de perfil de Heverton Freitas

Heverton de Freitas