Sob pretexto de que o governo não apresentou corte de gastos ao mesmo tempo que propôs aumento de impostos, a Câmara dos Deputados derrubou, de lavada, 383 votos a 98, o decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o IOF. Ao mesmo tempo que o Senado confirmou o aumento no número de deputados federais de 513 para 531, já aprovado na Câmara. Com isso, o Rio Grande do Norte ganhará mais dois deputados federais e seis deputados estaduais.
O texto foi analisado após líderes serem pegos de surpresa com a decisão do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), de pautar o PDL em uma sessão semipresencial, em meio a uma semana esvaziada no Congresso com o rescaldo das festas de São João.
Motta rejeitou questões de ordem suscitadas pelo líder do PT na Casa, Lindbergh Farias (RJ), durante a votação. Depois, a Casa discutiu um pedido do PT para adiar a votação por uma sessão, Foram 354 votos favoráveis à manutenção do item na pauta e 99 pelo adiamento.
Lindbergh ironizou a decisão de Motta de pautar o projeto.“A gente fez campanha para o presidente Hugo Motta, sempre elogiamos a postura dele de não colocar nada no Plenário sem passar pelo colégio de líderes. Tomei um susto quando foi pautado o PDL. Não sei o que aconteceu ontem à noite”, disse, no Plenário, em meio à discussão sobre o mérito do PDL.
Segundo o líder, há “abutres de plantão” que querem “atrapalhar Lula” com a derrubada do IOF. Lindbergh repetiu que a derrubada do aumento do imposto significa um contingenciamento de R$ 12 bilhões, com cortes em programas sociais. “Não querem deixar as elites pagarem impostos”, afirmou. “Tem uns que acham que podem garrotear o presidente Lula. Estão tirando R$ 12 bilhões, mas vão quebrar a cara, porque isso demonstra o medo que eles tem de Lula”, indicou.