Os números divulgados pelo BNDES sobre o crédito emergencial do Plano Brasil Soberano revelam um contraste gritante entre o desempenho nacional e o do Rio Grande do Norte. Enquanto empresas de todo o país já acessaram R$ 2,1 bilhões, as potiguares ficaram com apenas R$ 10,8 milhões — menos de 0,5% do total.
O programa foi criado para apoiar companhias afetadas pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos e garantir condições de enfrentar a perda de mercado externo. No entanto, a baixa participação do RN levanta questionamentos sobre a capacidade de mobilização do setor produtivo local.
Desde 18 de setembro, foram aprovadas 153 operações de crédito no Brasil, sendo R$ 1,96 bilhão em Capital de Giro e R$ 160,8 milhões em Giro Diversificação, que estimula empresas a buscar novos mercados. No RN, porém, o total aprovado até agora restringe-se ao Capital de Giro, sem nenhuma iniciativa enquadrada na diversificação — sinal de uma economia ainda pouco voltada para a expansão internacional.
Os números mostram que, enquanto empresas de outros estados protocolaram R$ 4,76 bilhões em pedidos no BNDES, os empresários potiguares ficaram em R$ 64,7 milhões. Parte dessa diferença pode ser explicada pelo porte do setor industrial e exportador do estado, mas também revela certa dificuldade de transformar oportunidade em resultado concreto.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, reafirmou que o governo federal não deixará “nenhuma empresa para trás” e ressaltou que mais de 50 instituições financeiras parceiras atuam na execução do plano.
Com 3.702 empresas já tendo consultado a elegibilidade e 1.444 consideradas aptas em todo o país, a corrida pelos recursos mostra-se intensa.