A transição para o IVA Dual, que terá ano-teste em 2026, exige que escritórios contábeis revisem processos já em 2025. A OCDE aponta que tributos do tipo IVA representam pouco mais de 20% da arrecadação nos países que adotam esse modelo, o que reforça o impacto estrutural dessa mudança.
No Brasil, o novo sistema substituirá ICMS, ISS, PIS, Cofins e IPI, e o período de convivência entre regras antigas e novas seguirá até 2033. Para Hygor Lima, especialista em gestão de processos e fundador da Potencialize Resultados, o risco operacional tende a aumentar. Ele afirma que operar dois modelos simultaneamente ampliará inconsistências e elevará a necessidade de revisão interna. Segundo dados da consultoria, o retrabalho já consome até 25% da produtividade dos escritórios e 73% dos erros são evitáveis com fluxos padronizados.
Hygor orienta que o ajuste estrutural comece em 2025, com mapeamento das etapas críticas da entrega fiscal, atualização de sistemas e revisão de contratos. Escritórios com processos estruturados registram até 38% de redução no retrabalho, especialmente em períodos de maior demanda.
O Ministério da Fazenda prevê para 2026 alíquotas simbólicas de 0,9 por cento de CBS e 0,1 por cento de IBS, apenas para testar sistemas e rotinas. Mesmo com impacto reduzido, erros no ano-teste podem comprometer créditos e declarações futuras. Países que adotaram modelos de IVA registraram maior volume de cruzamentos automatizados, tendência que deve ocorrer no Brasil.
Hygor lembra ainda que 2025 marca a abertura das discussões do PXP26, evento que reunirá gestores do setor contábil para preparar o mercado para a transição. Ele destaca que a adaptação será profunda e depende de processos claros e equipes treinadas. Para o especialista, a contabilidade que não planejar a mudança operará no limite e aumentará a exposição a riscos.