1000180052.jpg

Maior projeto eólico do mundo avança na Escócia

Empreendimento no leste da Escócia deve fornecer energia limpa para até 6 milhões de residências britânicas e será leiloado em agosto

Em um contexto geopolítico complexo de tensões energéticas, a Escócia deu um passo decisivo em renováveis e avança com a construção do maior projeto eólico offshore do mundo.

O anúncio aconteceu logo após Donald Trump ter visitado o país europeu e reafirmado sua posição contra o parque eólico, criticando especialmente aqueles 'próximos a seus campos de golfe' na região. Na ocasião, o presidente americano também citou a cidade escocesa de Aberdeen como a "capital do petróleo da Europa" para defender a continuidade da exploração petrolífera.

Com capacidade de 4,1 gigawatts, o empreendimento Berwick Bank da concessionária SSE está na costa leste escocesa e poderá fornecer energia limpa para até 6 milhões de residências britânicas.

Após uma década de desenvolvimento, o projeto finalmente chegou à etapa final antes de concorrer aos subsídios governamentais no próximo leilão de energia eólica, programado para acontecer em agosto.

O momento é estratégico para o Reino Unido, ao caminhar em direção a sua meta de descarbonizar quase a totalidade de sua rede elétrica até 2030 e diminuir a dependência de combustíveis fósseis poluentes.

Além do menor impacto ambiental, o Berwick Bank poderá agregar £ 8,3 bilhões em valor ao PIB britânico e gerar 9.300 postos de trabalho, sendo 4.650 deles no território nacional. "Este é um marco fundamental para nossa estratégia de energia limpa ", destacou a empresa em comunicado oficial, enfatizando o potencial transformador do projeto para a região.

Controvérsias do projeto

Por outro lado, o avanço do parque eólico não vem sem controvérsias. Especialistas alertam que a construção pode agravar as já elevadas contas elétricas dos consumidores britânicos, que estão entre as mais caras globalmente.

O mecanismo de subsídios do governo, que oferece preços fixos por 20 anos aos projetos vencedores dos leilões, é financiado através de impostos adicionais nas faturas dos usuários finais. Portanto, o empreendimento levanta questionamentos sobre o equilíbrio entre a urgência da crise climática e o impacto socioeconômico desta transição para uma economia de baixo carbono.

Outro ponto que é alvo de críticas diz respeito às restrições na rede elétrica nacional, por conta do aumento da demanda de investimentos em infraestrutura para acomodar a nova capacidade de geração

Transição energética em curso

A divergência de opiniões reflete o debate sobre o futuro energético no mundo. Enquanto a Escócia abandona progressivamente seu passado petrolífero para abraçar as renováveis, líderes globais como Trump ainda defendem a continuidade dos combustíveis fósseis.

 

 


Notícias relacionadas

Mais lidas

Perfil

Foto de perfil de Heverton Freitas

Heverton de Freitas