Após ter a prisão decretada pelo presidente da CPMI do INSS, senador Carlos Viana (Podemos), na madrugada desta terça-feira (4), o presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA),o potiguar Abraão Lincoln Ferreira da Cruz, pagou fiança e foi solto hoje de manhã.
Na sessão iniciada ainda na segunda-feira (3), Viana afirmou, ao encerrar os trabalhos, que determinou a prisão em flagrante do “senhor Abraão Lincoln Ferreira da Cruz pelo crime impróprio de falso testemunho que trata o inciso dois do artigo quarto da Lei nº 1.579/52”.
O sindicalista teria mentido ao afirmar que não conhecia o tesoureiro da CBPA, Gabriel Negreiros, que é padrinho de um de seus netos. O parlamentar apresentou uma foto do batizado da criança e afirmou ainda que Abraão Lincoln depositou R$ 5 milhões em uma conta de Negreiros.
Conforme o deputado federal Duarte Jr. (PSB-MA), Abrãao Lincoln “chama de relação institucional depositar R$ 5 milhões na conta do Gabriel Negreiros, que nada mais é do que padrinho do Neto dele. Ele ser padrinho do seu neto é relação institucional?”H
Após ser pressionado pelo deputado, Abraão Lincoln disse que se confundiu ao responder o relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), a respeito da relação com Negreiros.
“Eu quero pedir perdão, porque, na minha ignorância, não disse, mas ele é meu compadre. Estou pedindo desculpa, porque eu pensei que fosse questão de ser filho, algum parentesco dessa natureza”, tentou se explicar Abraão, mas sem convencer os membros da CPMI.
Já quase ao fim da sessão, o relator da CPMI do INSS afirmou que houve outros quatro momentos em que Abraão Lincoln teria mentido.
Quem é Abraão Lincoln
Abraão Lincoln Ferreira da Cruz nasceu em 1961, em Natal, é presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA).
Antes de começar a atuar na CBPA, sua carreira incluiu trabalhos diversos: trabalhou 12 anos na Assembleia Legislativa como assessor parlamentar de deputados estaduais, atuou como assessor de vereadores na Câmara Municipal de Natal, e trabalhou na Prefeitura de Natal em secretarias municipais.
Foi candidato a deputado estadual e a deputado federal em diferentes eleições, tendo sido afastado do PRB em 2015devido a acusações de envolvimento em esquema ilegal de venda de permissões para pesca industrial. Em outubro de 2014 chegou a ser detido por causa dessa investigação, batizada de Operação Enredados, e foi solto apenas em janeiro de 2016 por decisão da então vice-presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), ministra Laurita Vaz.
Além disso, ele foi afastado judicialmente da presidência da antiga Confederação Nacional dos Pescadores e Aquicultores (CNPA) e responde a processos por corrupção e lavagem de dinheiro relacionados a esses e outros casos.
Com informações do Metrópoles
