A Câmara dos Deputados gastou R$ 398,4 mil em outubro de 2025 para manter os gabinetes dos deputados federais Alexandre Ramagem (PL-RJ), Carla Zambelli (PL-SP) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP), mesmo após terem sido afastados do mandato e estarem fora do país por decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Apesar de o STF ter determinado o bloqueio dos salários e da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP) – a cota parlamentar – em momentos distintos, as decisões não atingiram a verba de gabinete, que é destinada ao custeio de pessoal. Na prática, isso permitiu que os três parlamentares mantivessem suas estruturas de gabinete ativas, com equipes formadas por 38 servidores no total, custeadas pelo orçamento da Casa, mesmo sem exercerem o mandato.
Em outubro, a despesa de cada gabinete se manteve alta e surpreendentemente similar. Ramagem gerou um custo de R$ 133.137,01 (mantendo 17 servidores); Zambelli, R$ 132.886,58 (com 12 servidores); e Eduardo Bolsonaro, R$ 132.399,08 (com 9 servidores). Juntos, os valores somam os R$ 398.422,67.
A situação fiscal dos deputados, no entanto, é de bloqueio. Nenhum dos três recebeu salário em outubro. Ramagem teve a remuneração suspensa em setembro; Zambelli e Eduardo Bolsonaro estavam sem o vencimento desde junho e julho, respectivamente. As cotas parlamentares também foram bloqueadas, zeradas para Zambelli (desde junho) e Eduardo Bolsonaro (desde julho). Ramagem, no entanto, ainda conseguiu utilizar R$ 20,8 mil da CEAP em outubro, já nos Estados Unidos, acumulando R$ 327,4 mil no benefício até novembro, antes de sua suspensão.
Individualmente, Carla Zambelli foi a que mais sentiu os bloqueios iniciais, tendo a cota parlamentar zerada em junho após usar R$ 229,5 mil no ano. Eduardo Bolsonaro, com R$ 68 mil utilizados na CEAP, teve o salário bloqueado em março, com uma remuneração parcial em julho antes do bloqueio definitivo. Apesar dos impedimentos em outras frentes, para todos eles, a verba de gabinete se manteve praticamente estável e na casa dos R$ 130 mil ao longo de 2025, garantindo que a estrutura de pessoal seguisse intacta e custeada pela Câmara.