Enquanto em Natal a oposição à gestão do ex-prefeito Álvaro Dias segue tentando desqualificar a obra de engorda da praia de Ponta Negra, em Santa Catarina o Balneário Piçarras vai ampliar a faixa de areia da Praia Central pela quarta vez em menos de 30 anos. A nova obra prevê a engorda de dois dos sete quilômetros de orla do município, com investimento de R$ 38,289 milhões. A engorda das praias tem sido uma das estratégias adotadas para driblar a erosão costeira, um dos principais efeitos das mudanças climáticas.
Além de Piçarras, Balneário Camboriú e Florianópolis são outras cidades catarinenses que também já fizeram intervenções desse tipo.
A previsão é concluir o trabalho 70 dias após a assinatura do contrato com a empresa vencedora, mas não está definida a data de início das obras, mas os interessados têm até o dia 5 de setembro para enviar as propostas.
A primeira intervenção em Piçarras foi feita em 1998, sendo refeita 10 anos depois, em 2008 e em 2012. “Temos problemas na nossa orla com ressaca marítima e já sofremos com isso há alguns anos”, afirma o prefeito Tiago Baltt (MDB).
O processo de alargamento da faixa de areia utiliza grandes barcos conhecidos como dragas, que retiram areia do fundo do mar e recolocam em um aterro na orla da praia.
“As mudanças climáticas provocam as chamadas ‘praias famintas’, porque o sedimento não chega no mar e, quando chega, tem um processo erosivo que produz praias com cada vez menos areia”, explica o professor de Oceanografia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Paulo Horta.
Além da proteção da orla, a prefeitura espera que o alargamento atraia mais turistas e gere mais empregos durante o verão.