A semana termina com o presidente americano Donald Trump cada vez mais dentro das eleições brasileiras.
Na verdade desde que anunciou o tarifaço contra o Brasil e condicionou a revisão das tarifas à soltura do ex-presidente Bolsonaro que o ministro Sidônio Palmeira encontrou o que estava procurando. Uma estratégia capaz de levar o presidente Lula ao seu quarto mandato.
Até aqui patinando em índices de aprovação muito baixos, o presidente viu sua popularidade voltar a subir e sentiu o apoio popular à uma reação aos Estados Unidos.
O que já era aparente ficou escancarado na reunião do ministério em que o presidente mandou todos os ministros colocarem o boné com a inscrição "O Brasil é dos Brasileiros", num claro contraponto ao governador paulista Tarcísio de Freitas que, mesmo com o tarifaço contra o Brasil, deixou de lado o patriotismo e vestiu o boné no estilo Maga (Make America Great Again).
No mesma reunião ministerial, o governo lançou o novo slogan que o ministro/marqueteiro procurava desde que assumiu o cargo: "Governo do Brasil, do Lado do Povo Brasileiro".
As pesquisas mostram que o brasileiro não aprova o presidente Trump, os petistas até citam o caso do Canadá, onde um candidato de direita foi derrotado depois que Trump começou a ameaçar o país.
Lula está apostando todas as fichas na pauta da soberania. O que isso vai dar para o Brasil parece que é o que menos importa para um ou outro lado da sucessão presidencial.
Centrão
O presidente Lula assume a bandeira do patriotismo deixada de lado pela família Bolsonaro para defender os interesses americanos e deles mesmos e já identificou com quem irá e com quem não irá contar na disputa do próximo ano.
Tanto assim que deu a dica aos ministros do Centrão: quem não quiser defender o governo pegue o beco. O pessoal do União Brasil Progressistas está cada vez mais se assanhando para partir para a oposição, então o presidente avisou que quem quiser que sai logo.
Agora é ver se os caciques dos partidos vão convencer os que estão no governo a deixarem o controle da Caixa, e dos muitos ministérios cheios de verbas: Esportes, Comunicações, Turismo e Desenvolvimento Regional. Todos com grandes orçamentos para distribuir por todo o Brasil.
Não dá para esquecer que em 2026 a eleição é também para governadores, deputados federais e senadores e uma graninha para as campanhas não vai nada mal. Ainda mais que com as emendas parlamentares e o crescimento do Congresso, a turma de Brasília já descobriu que quem ganhar a Câmara e o Senado é que terá o poder real no Brasil.
É a economia estúpido
Outra coisa que chamou a atenção na semana foi a declaração de Gilberto Kassab (PSD) de que o povo quer dinheiro no bolso. Ou seja, se a economia estiver bem ajuda o candidato a reeleição. Claro que a oposição está buscando se juntar aos do Centrão que são contra a reeleição para tentar atrapalhar.
Uma das formas é atrasando a votação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000. Ou até mesmo rasgando o discurso da responsabilidade fiscal e aprovando a isenção, mas rejeitando a compensação com a cobrança de imposto dos super ricos. Uma bomba fiscal para o governo atual.
Mas é bom lembrar que também cairá no colo do futuro presidente a partir de 2027.