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Investimento em energia solar deve cair em 2026

Depois de anos de forte expansão, o setor de energia solar no Brasil deve registrar em 2026 o segundo ano consecutivo de queda nos investimentos. A projeção é da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), que estima uma redução de 7% no ritmo de instalação de novos projetos em comparação com 2025.

A fonte solar deve adicionar 10,6 gigawatts (GW) de potência ao sistema elétrico brasileiro no ano que vem, abaixo dos 11,4 GW previstos para 2025 e bem distante dos 15 GW instalados em 2024. Mesmo assim, o setor segue relevante: a energia solar é, desde 2023, a segunda maior em potência na matriz elétrica nacional, atrás apenas das hidrelétricas.

O principal freio vem das grandes usinas solares, que enfrentam o que especialistas têm chamado de “tempestade perfeita”: impostos mais altos para importação de equipamentos, limitações na infraestrutura de transmissão, o que impede o escoamento total da energia, e episódios frequentes de cortes de geração (curtailment), quando as usinas precisam reduzir sua produção por falta de capacidade na rede ou baixa demanda.

Na geração distribuída, aqueles sistemas instalados em casas e empresas, a expansão também perdeu fôlego. A Absolar aponta dificuldades de conexão às redes e discussões sobre a capacidade dos sistemas de distribuição, além dos impactos de juros altos e da oscilação do dólar no custo dos equipamentos.

Empregos e arrecadação em ritmo menor

A desaceleração deve ter efeito direto no mercado de trabalho e na arrecadação associada ao setor. Em 2025, a energia solar criou cerca de 396 mil novos empregos. Para 2026, a previsão cai para 319,9 mil. A arrecadação projetada para o ano que vem é de R$ 10,5 bilhões.

Mesmo com o cenário desafiador, os investimentos seguem robustos: a Absolar prevê R$ 31,8 bilhões aplicados na fonte solar em 2026. O montante, porém, fica bem abaixo dos R$ 54,9 bilhões registrados em 2024. A expectativa é que, até o fim do próximo ano, a capacidade instalada do país chegue a 75,9 GW.

Uma das soluções discutidas para reduzir o curtailment e garantir a continuidade da expansão das renováveis é o uso de grandes baterias para armazenamento de energia. O primeiro leilão do tipo no país está previsto para abril de 2026, o que pode abrir caminho para novos modelos de operação e dar fôlego ao setor.


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Heverton de Freitas