Fortaleza acaba de receber o primeiro hotel-hospital do Nordeste, empreendimento que marca a entrada da região em um segmento ainda pouco explorado no país: o turismo médico. O modelo combina estrutura hospitalar e serviços de hospedagem de alto padrão, voltados para pacientes em recuperação de cirurgias ou em busca de tratamentos com maior conforto.
O novo espaço, localizado no bairro Meireles, integra um complexo de saúde privado e conta com 21 leitos já em operação e outros dez em fase final de construção. Com investimento estimado em R$ 70 milhões, o projeto oferece suítes mais amplas, equipe multidisciplinar e serviços de apoio como spa, cardápio nutricional e atendimento personalizado.
Apesar de inédito no Nordeste, o formato de hotelaria hospitalar vem ganhando terreno em outras regiões do Brasil, especialmente no Sudeste. Em São Paulo, por exemplo, está em construção um empreendimento similar, com abertura prevista para 2027 e 142 unidades de hospedagem ligadas a centros médicos.
O conceito se baseia em modelos adotados há décadas em países como Estados Unidos, Alemanha e Tailândia, onde o turismo médico se consolidou como alternativa a internações convencionais. Nesses locais, pacientes estrangeiros e locais buscam realizar cirurgias eletivas ou tratamentos especializados em ambientes mais confortáveis, sem abrir mão da segurança hospitalar.
No Brasil, projeções da consultoria Brain indicam que o setor pode movimentar até R$ 60 bilhões até 2030, impulsionado por fatores como o envelhecimento da população, o crescimento da classe média e a valorização da experiência do paciente.
Embora concentrado nos grandes centros, o turismo médico começa a se expandir para outras capitais brasileiras, abrindo espaço para que cidades com boa rede hospitalar e vocação turística, como Fortaleza, Salvador e Recife, passem a disputar esse novo mercado de saúde premium.